[Publicado originalmente na Folha de São Paulo, em 23 de abril de 2012]
O novo canal pago do grupo Bandeirantes, o Arte 1, está esperando a regulamentação da nova lei de TV paga no país para entrar no ar.
A novidade, que tinha estreia prevista para o início deste ano, vai ser lançada somente no segundo semestre, em caráter experimental.
Em vigor desde 12 de março, a nova lei de TV paga aguarda ainda regulamentação da Agência Nacional do Cinema (Ancine). Ela estabelece, entre outras coisas, cotas de produção nacional e a criação de canais nacionais na TV paga.
"Pisamos no freio para esperar a chegada da nova lei", diz Rogério Gallo, diretor do Arte 1."Ela será ótima para o canal, uma vez que o nosso plano é ter um grande volume de produção nacional, realizada por nós e por produtores independentes."
O Arte 1 será um canal com programação totalmente dedicada à arte e à cultura, tratadas com linguagem popular, de fácil compreensão.
O canal vai exibir 24 horas diárias de programação, com documentários, música, dança, filmes e agenda cultural.
A ideia é contar ainda com conteúdo de parceiros internacionais, como BBC e RAI.
"Nosso projeto já vai nascer totalmente formatado pelos novos parâmetros da TV paga e está despertando o interesse de muitas operadoras", diz Gallo.
[Postado por Mariana Galvão]
[Postado por Mariana Galvão]
Lendo este artigo - ainda que ele funcione apenas como uma carta de boas intenções e não garanta nada de antemão - destaco dois resultados em potencial, diretamente relacionados e que contribuem imensamente para consolidar o mercado audiovisual brasileiros.
ResponderExcluirO primeiro deles é que, com a criação de canais com semelhante proposta, abre-se um rico e imenso campo de trabalho - a televisão - para produtoras independentes e mesmo profissionais recém-formados (como nós), que poderão ser bem absorvidos pela necessidade mão-de-obra especializada. Algo que, por outro lado, quebra a máxima de que a televisão é um círculo fechado - onde apenas trabalha-se por meio de amizades ou parentesco.
O segundo resultado soa ainda melhor. Não só haverá espaço para a produção independente - como um portal de visibilidade e estrutura nacionalmente reconhecidas. Oferecendo a uma margem considerável de público - e não apenas a uma elite financeira ou ao circuito da universidade - uma programação heterogênea, diferenciada e que pode, inclusive, ser palco para se experimentar novíssimos formatos.