O amor que não deu certo. Não deu certo e , pelo fim
trágico, se tornou caso de polícia, amplamente esmiuçado pela imprensa.
Esse é o fio condutor da série de seis documentários “Até
que a Morte nos Separe”, que estreia na próxima terça no A&E um dos canais
que mais dedicam espaço na programação para contas histórias baseadas em crimes
reais.
Produzidos pela Prodig, os episódios mostram os embates
entre a defesa dos acusados pelos crimes e aqueles que os apontam como
responsáveis pelas mortes de quem um dia
foi seu amor.
O tempo todo, entre as versões da defesa e da acusação, “Até
que a Morte nos Separe” é permeada por análises de importantes estudiosos da
criminalidade no Brasil, como o psiquiatra forense Guido Palomba, o
psicanalista Jorge Forbes e a procuradora de Justiça Luiza Nagid Eluf.
Para reconstituir as versões dos seis crimes passionais e
passagens relevantes na vida dos personagens acusados e vítimas, a Prodigo
recorreu ao recurso de animação em estilo HQ, em preto e branco, imagens em
vídeos e fotos de arquivos pessoais das famílias dos acusados e vítimas, e
outros vários recursos computadorizados.
AMIGO TEMPO
É provável que o tempo decorrido após os crimes tenha sido
um dos mais importantes aliados dos produtores para alcançar um resultado
equilibrado. A partir de depoimentos de parentes, amigos, peritos, promotores,
jornalistas e advogados, a série construiu perfis bem completos dos envolvidos
nas histórias de morte, tanto dos acusados como das vítimas.
Isso fica evidente no episódio sobre a jornalista Sandra
Gomide, assassinada com dois tiros por Antônio Pimenta Neves, es-diretor de
Redação de “O Estado de S.Paulo”.
Ex-colegas de trabalho do casal ajudam a compor o retrato de
Neves para quem foi conhece-lo pelas páginas policiais, a partir de 2000,
quando o crime ocorreu.
O rigor de apuração das informações da Prodigo para contar os
seis crimes em “Até que a Morte nos Separe” não é abalado pelos seguintes
deslizes mínimos:
A) Atribuir ao grupo criminoso PCC (Primeiro
Comando da Capital) o início da rebelião na qual, em outubro de 1992, a Polícia
Militar matou 111 presos no Pavilhão 9 da hoje extinta Casa de Detenção; à
época, o PCC ainda não existia;
B) chamar de sequestro o cárcere privado
cometido por Lindemberg Alves Fernandes contra a ex-namorada Eloá Pimentel, e
três amigos da garota;
C) classificar o jornal popular “Agora SP”, editado pelo
Grupo Folha, como “sensacionalista” justamente quando o veículo é citado por
não ter cometido o erro grave de ter entrevistado Lindemberg durante o cárcere
privado.
[Postado por Marina Moreira]
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