[publicado originalmente em Folha de S.Paulo, por Lúcia Valentim Rodrigues]
A TV Cultura aposta em uma nova mistura de bonecos com músicas originais.
Depois do sucesso de "Cocoricó", com o garoto Júlio e os bichos da fazenda, a série infantil "Os Cupins", de Roberto Machado, se aproveita de uma demanda gerada pela lei federal que torna obrigatório o ensino de música na educação fundamental.
Na história, dois insetos detestam música e boicotam o multi-instrumentista Joca. Ele não pode tocar nada --a começar pelo piano onde vivem. "É uma comédia leve, de bagunça. Eles bolam mil ardis para atrapalhá-lo", conta Machado.
A partir desse enredo leve, vão sendo apresentados conceitos como afinação, melodia e outros fundamentos da musicalização. "Mas ninguém dá aula, porque seria muito chato explicar assim."
O orçamento é de R$ 550 mil, grande parte proveniente de recursos do Fundo Setorial do Audiovisual.
A equipe gravou os 13 episódios do programa em apenas 26 dias. A estreia está prometida para o final de maio, em horário a ser definido.
Na esteira do lançamento da série, vêm três livros de histórias, outros três com atividades musicais, dois sites e três DVDs.
"Quando se trabalha com criança, quanto mais produtos você lançar, mais ela encontra a sua marca. Queremos fazer tudo o que Walt Disney fez. Quem sabe um dia teremos uma Cupinholândia", brinca Machado, imaginando um parque temático.
Marcus Cesar Fernandes, gerente de aquisições da TV Cultura, valoriza na série o que ele chama de "conteúdo com pernas". "Em cada plataforma, muda o conteúdo visto pelo público."
Como "Os Muppets" e "Vila Sésamo", "Cupins" usa a manipulação de marionetes. "O boneco te permite ser tão maluco quanto um cartum. Você usa um personagem que parece um ser humano, mas que pode passar por todas as agruras de um desenho", define Machado.
Fernandes não enxerga uma competição com "Cocoricó". "É como a novela das sete e das nove. Cada um tem a sua proposta."
[postado por Marina Moreira]
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