Canal erótico cresce com filmes pornô caseiros


[Publicado em Folha de S. Paulo, Outro Canal, por Keila Jimenez.]


 Eróticos realistas, pornô amador, “reality movie”. Seja qual for a demonização do gênero, os filmes pornográficos produzidos no fundo do quintal são hoje a base do sucesso do Sextreme, o antigo Playboy TV Movies, dos canais Playboy.

Desde que o canal pago erótico focou nos filmes e curtas-metragens amadores, há oito meses, sua base de assinantes aumentou 78%. O canal tem atualmente cerca de 40 mil assinantes.

Segundo a direção dos canais Playboy, uma pesquisa feita com os assinantes em 2010 revelou o desejo do público de ter conteúdo pornográfico “hardcore” (mais pesado) com mais naturalidade nas cenas, sem roteiro. 

Foi aí que nasceu a nova programação do Sextreme, voltada para filmes amadores e hits do gênero na internet.
Segundo as pesquisas, essas produções baratas, quase sempre caseiras, trazem uma noção de prazer real que nem sempre está presente nas superproduções da indústria erótica.

“Há uma identificação natural dos telespectadores”, diz o diretor da Playboy Brasil, Maurício Paletta
.
Atualmente, os canais Playboy possuem 280 mil assinantes no país. A meta é chegar aos 300 mil até o fim do primeiro semestre. O maior sucesso é o Sexy Hot, que tem 200 mil assinantes.

[postado por Marina Moreira]

Comentários

  1. É curioso como vida e arte andam juntas. Em 2003, o cineasta espanhol Pablo Berger fez um pequeníssimo filme chamado "Da Cama para a Fama". Nele, um casal nada especial - em beleza ou dotes da anatomia - tornava-se um sucesso do mundo pornô, justamente, pela naturalidade, pelo afeto e pela imensa timidez com que se filmavam fazendo amor.

    Na televisão, em especial, imagino que seja fundamental buscar a identificação com o público. Assim, nada mais natural que trocar atores modelados pelo universo pornô - de físico já próprio ao ofício - por casais comuns, mais ou menos como nós, e que, naturalmente, dialoguem muito mais com o espectador.

    Foi Wim Wenders quem disse que melhor é o filme cujas imagens pareçam ser vistas, fora da tela, pelo público. O mundo do sexo amador, portanto, deve representar, em alguma medida, uma paisagem mais próxima e natural aos olhos dos frequentadores dos canais de conteúdo adulto.

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