Novo canal de TV infantil Gloob estreia dia 15

[publicado originalmente em jornal O Globo por Thaís Britto]

Paulo Marinho é diretor do novo canal infantil da Globosat Laura Marques / Agência O Globo

Os pequenos espectadores ganharam mais uma opção na grade da TV. Na próxima sexta-feira, dia 15, às 11h, entra no ar o Gloob, aposta da Globosat no mercado da programação infantil. Com um leque de atrações que vai das animações às séries live action, passando por filmes e ainda um bloco retrô de programas dos anos 80 e 90, o novo canal foi lançado na quinta-feira, num evento que reuniu convidados para uma pré-estreia do musical “O mágico de Oz”, no Teatro João Caetano. Segundo o diretor do Gloob, Paulo Marinho, o projeto surge após um longo tempo de gestação.

— Essa ideia já existe há cerca de dez anos, mas esperamos um momento de maior maturidade da empresa para executá-lo. Temos dois grandes objetivos: completar o portfólio da Globosat, que já atua em praticamente todos os segmentos de TV, e entrar nesse mercado infantil, que tem índices de audiência enormes nos canais por assinatura no Brasil e no mundo — explica.
Base de assinantes dobrou nos últimos três anos.

De acordo com Marinho, há um ano foram feitas pesquisas com grupos de diversas idades e, a partir daí, identificou-se a oportunidade de atuação: a faixa do final da pré-escola, de 5 a 8 anos. A gerente de Marketing do Gloob, Luciane Neno, explica que os conteúdos atualmente disponíveis para essa faixa de idade acabam antecipando temas que elas ainda não têm desenvolvimento suficiente para acompanhar. Por isso, diz Marinho, a preocupação é respeitar os limites dos pequenos.

— Queremos ter uma grade diversificada, tanto em relação ao tipo de programa quanto à estética e aos traços de animação, por exemplo. Mas a preocupação primordial é contar boas histórias, ter bons personagens e trazer mensagens positivas. Trabalhamos muito em cima de valores como amizade, afeto e respeito às diferenças — diz Marinho.

A jornalista Glória Maria, que marcou presença no evento com as filhas Laura e Maria, de 3 e 4 anos, acredita que o canal possa ser uma opção para a dupla. Ela contou que, por enquanto, na programação das pequenas só há espaço para DVDs.

— Acho que falta um canal que as estimule. Os que existem hoje deixam as crianças muito passivas. É preciso algo que instigue a inteligência delas, que as incentive a questionarem, perguntarem. Espero que o Gloob venha com essa proposta — afirma.

A aposta da Globosat vem num bom momento para os canais de TV por assinatura, cuja base de assinantes não para de crescer, tendo dobrado de tamanho nos últimos três anos. Em 2009, eram 6,6 milhões, contra 14 milhões este ano. E a perspectiva é que os números continuem aumentando.

Embora o segmento infantil seja um dos mais competitivos — há outros 13 canais com esse perfil, além do Gloob —, Marinho acredita que ainda há espaço para os novatos. Alberto Pecegueiro, diretor-geral da Globosat, ressalta que a meta do Gloob é se destacar pela produção brasileira:
— O espaço da programação infantil já é disputado por marcas muito fortes, e só agora sentimos que temos lastro e experiência suficiente para investir nesse segmento. Nosso maior desafio é construir uma programação brasileira de qualidade. Não é algo que se consiga da noite para o dia, e é claro que marcas como Cartoon, Nickelodeon e Discovery Kids são muito boas no que fazem. Mas nosso diferencial acontecerá à medida que consigamos desenvolver uma grade mais identificada com as crianças brasileiras.

Esse investimento já começa com um dos carros-chefes da grade de estreia, a série “D.P.A. — Detetives do prédio azul”, produzida em parceria com a Conspiração Filmes. Marinho lembra ainda que o projeto do Gloob acompanha as mudanças pelas quais o mercado de TV para crianças passou:

— Além de uma migração significativa da TV aberta para a fechada, os conteúdos infantis têm se mostrado cada vez mais relevantes na internet e nos serviços de vídeo on demand. Estaremos presentes aí também, abraçando todas as plataformas disponíveis.

[postado por Marina Moreira]

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