'Avenida Brasil' repete receitas testadas pelo mesmo autor em "A Favorita", novela de 2008
Publicado originalmente na Folha de São Paulo, Ilustrada
Domingo, 29 de julho de 2012, página E8
O ataque histérico de Carminha (Adriana Esteves) em "Avenida Brasil", quando a vilã descobriu que sua empregada -a mocinha estranha- Nina (Débora Fallabela) era sua enteada Rita, jogada por ela no lixão ainda criança, deixou no ar um certo "déjà vu".
A descoberta marcou a virada da novela, que tem batido recordes de audiência.
Nesta semana, enquanto Nina finalmente punha em prática sua vingança contra a madrasta, "Avenida Brasil" alcançou 45 pontos de audiência (cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande São Paulo). E uma impressionante porcentagem de "share", a participação no número de televisores ligados: 71%.
Quem, no entanto, viu em 2008 "A Favorita", primeiro folhetim das 21h de João Emanuel Carneiro (uma das estrelas da nova geração de autores da Globo), já tinha assistido à cena parecida.
Ao descobrir as armações da psicopata Flora (Patrícia Pillar), a boazinha Donatela (Claudia Raia) teve um chilique parecido.
Em comum, as duas produções de Carneiro também têm a participação dos atores Cauã Reymond e Murilo Benício. O primeiro interpreta personagens semelhantes em ambas as tramas.
Enquanto em "A Favorita", Reymond era Halley, um rapaz folgado que achava ser filho de uma prostituta e descobriu que a mãe era a mocinha, agora ele vive o problemático Jorginho.
O jovem jogador de futebol pensava ter sido adotado por Carminha e Tufão (Benício), mas soube que é filho legítimo da vilã e vive em crise.
Agora está próximo de descobrir que seu pai é Max (Marcello Novaes), o amante e comparsa de Carminha.
Benício conseguiu se distanciar de papéis paralelos. Ele deixou o golpista mau-caráter Dodi para trás em "A Favorita". Na nova trama, o ator é o tontinho Tufão, um jogador de futebol aposentado boa-praça, traído dentro de casa pela mulher com o cunhado. Será coincidência?
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