Vivo vai investir em televisão até final deste ano

Folha de São Paulo, Mercado Aberto
1º de julho de 2012.

Maria Cristina Frias


A operadora Vivo vai investir em televisão até o final deste ano, segundo o presidente da companhia Antonio Carlos Valente. O executivo não dá detalhes, mas fala com entusiasmo do projeto.
"Vamos fazer uma plataforma matadora de televisão, com todas as dificuldades de colocar a TV por assinatura de pé no Brasil."
A Vivo já atua nesse mercado e pretende agora oferecer transmissão inovadora. "Por enquanto, oferecemos apenas solução de dados, de internet, mas até o final do ano vamos melhorar substancialmente nossa solução de televisão."
Além desse desafio, a próxima fronteira de negócio do setor é a conexão máquina a máquina, diz Valente.
"Depois da conectividade das pessoas, pode-se conectar medidores de energia, máquinas de venda, como de café, pedágios, estações de metrô, e até animais, para rastrear de onde vieram", diz.
No Brasil a grande dificuldade seria a alta tributação.
"O setor de comunicações do Brasil é um dos mais tarifados no mundo. Há Estados em que o ICMS chega a 60% da conta de telefone, sem contar PIS/Cofins e taxas."
"Ao habilitar um aparelho pela primeira vez, você paga R$ 27. Depois vem a Taxa de Fiscalização de Funcionamento, de R$ 13,50. A Anatel arrecada cerca de R$ 5 bilhões ao ano de Fistel (fundo de fiscalização)", afirma.
"Como viabilizar um negócio em que vou cobrar R$ 5 e pago taxa de R$ 27?", indaga.
O governo está encaminhando proposta de medida provisória para criar incentivo ao desenvolvimento do mercado máquina a máquina, segundo o executivo.
"Se isso não ocorrer, será difícil avançar no país. É como o caso das torres, se não houver o entorno adequado, não vai adiante."
Valente defende revisão da lei para instalar torres. "A de SP é de 2004. Não havia tanto usuário, nem internet móvel, tablet ou iPhone, os grandes geradores de tráfego."

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