[publicado em O GLOBO por Natália Castro ]
Nova grade da TV Brasil traz programas inéditos sob o comando
do diretor de teatro Aderbal Freire Filho e do cineasta Silvio Tendler.
Os dois já são referências em suas áreas de atuação – o teatro
e o cinema, respectivamente. Agora, o diretor teatral Aderbal Freire Filho e o
cineasta Silvio Tendler transportam sua arte para TV. Cada um do jeito que
melhor sabe fazer, claro. A dupla integra a nova grade da TV Brasil, no ar a
partir de hoje.
Em seu “Arte do artista”, na terça, às 23h, Aderbal –
diretor de peças como “Hamlet” e “As Centenárias” – conversa com seus
entrevistados em um clima intimista, em busca do sentido mais amplo da arte.
Para se sentir à vontade na função de apresentador, ele conta, fugiu do
clássico e procurou recriar um espaço peculiar, com “restos e pedaços” de
cenários já vistos em espetáculos seus.
- Minha intenção é exatamente me sentir em casa – explica. A
banheira, por exemplo, foi usada em “O púcaro búlgaro”. O chão é de “As
centenárias” e por aí vai.
Em cena, Aderbal não só conversa, mas cria, escreve,
interpreta. No primeiro episódio, procura sugestões para se tornar um bom
apresentador. Entre seus convidados, ao londo dos 52 programas, estão Wagner
Moura, Ruy Guerra, Antonio Cícero e Gerald Thomas. Segundo Aderbal, a proposta
é explorar um lado ainda pouco conhecido do artista.
- Não há regras. Na conversa com Ruy Guerra, por exemplo, no
primeiro bloco entrevisto o Ruy letrista, depois, o Ruy cineasta. São, às
vezes, quatro versões da mesma pessoa – adianta ele, que afirma ter se rendido à TV: - No começo
da carreira eu tinha um pensamento radical de exclusivismo ao teatro. Quando
minha cabeça começou a mudar, passei a me achar velho para a TV. Mas, quando
veio esse convite, não pude recusar.
Enquanto Aderbal segue fixo na grade, Silvio, por enquanto,
faz apenas uma participação especialíssima. Em 13 episódios, sua série “Caçadores
da alma” é uma extensão do média metragem homônimo, de 1988.
Com estreia na
quarta-feira, às 23h, a atração é dedicada à fotografia e todas as suas
possibilidades. Para o diretor dos documentários “Jango” e Tancredo, uma
travessia”, fazer o programa é “realizar um sonho antigo”.
- Sou apaixonado por fotografia e um fotógrafo
frustrado. Afinal, o que preciso contar
em muitos fotogramas, eles traduzem em um clique – compara o cineasta.
Mas , ao contrário de Aderbal, Silvio permanece onde mais
gosta: atrás das câmeras. As atenções, ele ressalta, estão todas voltadas para
os mais de 60 fotógrafos com quem falou.
- Há uma diversidade de campo muito grande, pois a
fotografia é uma área abrangente. Em cada programa, falo com mais de um
profissional, pois os temas se cruzam – avisa ele, que já entregou os seis
primeiros episódios à direção da TV Brasil.
Entre os convidados, Evandro Teixeira, Walter Firmo e
Custódio Coimbra (de O GLOBO), entre outros.
- Tenho três prontos comigo e quatro para finalizar. É um
processo trabalhoso, mas muito prazeroso para mim – explica o documentarista.
Ainda na gama de novidades do canal, estão as estreias da
segunda temporada de “Oncotô”, com o músico Jorge Mautner, e da quarta
temporada do “Samba na Gamboa”, comandado pelo sambista Diogo Nogueira.
[postado por Marina Moreira]
[postado por Marina Moreira]
Comentários
Postar um comentário