Procon quer o fim da publicidade em "Carrossel"



Publicado originalmente em Folha e São Paulo, Ilustrada, Outro Canal
Segunda-feira, 1º de outubro de 2012, página E10

KEILA JIMENEZ

O novo “baú da felicidade” de Silvio Santos está na mira da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon). O órgão quer o fim dos merchandisings na novelinha “Carrossel”, sucesso comercial e de audiência do SBT.
Aliado ao Instituto Alana, ONG que atua nos direitos da criança e do consumidor, o órgão pretende brecar os anúncios inseridos no folhetim infantil. “Esse tipo de publicidade abusa da deficiência de julgamento das crianças”, fala Renan Ferraciolli, assessor chefe do Procon-SP.
Segundo levantamento do Alana, ficção e publicidade se misturam demais na novela. Em uma das cenas de “Carrossel”, a professora Helena (Rosane Mulholland) surgiu ao lado de um médico (ficcional) falando da importância do chocolate na vida das crianças. Tratava-se então de um merchandising da Cacau Show.
Após dois encontros entre dirigentes do Procon e do SBT, a emissora não aceitou retirar os merchandisings, que surgem em quase todos capítulos do folhetim.
O SBT, via assessoria, diz que ofereceu em contraproposta retirar só as ações protagonizadas por crianças, o que também não foi aceito.
O Procon pretende agora tomar medidas mais duras contra o SBT, que vão de uma multa (de no máximo R$ 6 milhões) até uma ação judicial.

Comentários

  1. Este artigo me fez pensar que o merchandising é uma ferramenta ainda mais apurada que as simples chamadas comerciais. Primeiro, porque elas atingem diretamente ao recorte de público específico que se quer ("jogos de tabuleiro" e "chocolates" sendo anunciados em programas infantis; "batom e esmalte" em programas de moda feminina; por aí vai...), ao longo do próprio programa, ou seja, sem correr tanto o risco do zapping. E, em segundo lugar, porque não associam o produto a atores ou figuras públicas que, supostamente, têm a simpatia do determinado público - e sim, a personagens que, com certeza, gozam de carisma frente ao espectador que é assíduo daquele respectivo programa. É como fazer a ficção - que é o que conquista fãs e mantem o público - trabalhar, também, em função da realidade do mercado.

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