Down, down, down, no High Society

Nova edição de 'Mulheres Ricas' tenta equilibrar futilidade e sonhos de endinheiradas

Publicado originalmente na Folha de São Paulo, Ilustrada
Segunda-feira, 12 de novembro de 2012, página E1

ALBERTO PEREIRA JR.


Menos champanhe, mais dramas de mulheres reais. É tentando fugir das críticas de futilidade da primeira edição, mas ainda carregado de luxo e extravagância, que a Band grava a segunda temporada de "Mulheres Ricas".


No novo ano -a estreia será em janeiro de 2013-, tudo muda no reality que exibe a rotina de socialites com tempo e dinheiro de sobra para o consumo. Ou quase tudo.
Saem de cena Val Marchiori, Lydia Leão Sayeg, Débora Rodrigues e Brunete Fraccaroli e até o diretor Pablo Mazover. A única figura repetida é Narcisa Tamborindeguy.
"Ela é como se fosse um super-herói. Está liberada para fazer qualquer coisa na frente ou fora das câmeras. Tem 'free pass' e o povo assina embaixo", diz o diretor argentino Diego Pignataro.
Narcisa é o abre-alas para as novas participantes: a empresária Cozete Gomes, a cantora Aeileen, Andréa Nóbrega, ex-mulher do humorista Carlos Alberto de Nóbrega, e Mariana Mesquita, casada com o ex-jogador Luizão.





"Eu entendo as críticas. O formato é provocador, cutuca. Talvez a futilidade seja porque uma delas queira ser atriz, não revolucionária social", diz Pignataro, que pretende transforma a atração em um "novelão" com os problemas e sonhos das ricas.
A Folha acompanhou uma gravação do reality na última segunda-feira, em São Paulo.
Na ocasião, ocorria o aniversário de Cozete Gomes, dona de empresas na região do Alphaville (Grande SP).
Na mesa do bolo, docinhos tinham a réplica de bolsa da grife Channel. Empresários e personalidades, como o sapateiro Fernando Pires e Andres Sanches, diretor de seleções da CBF, completavam a lista de convidados.
Enquanto as câmeras estavam ligadas, a animação das mulheres era grande e bastante estimulada pela equipe do "Mulheres Ricas".

'O elenco está fraco. De rica, não tem nenhuma', diz Val Marchiori


ALBERTO PEREIRA JR.


Depois de uma primeira temporada de sucesso na TV e muita repercussão na internet, a Band não esperava ter dificuldade em selecionar as candidatas para a segunda edição de "Mulheres Ricas".


Não foi o que ocorreu. O diretor argentino Diego Pignataro entrevistou 75 socialites e, até chegar à nova formação, enfrentou o preconceito das próprias convidadas e de suas famílias.
O sentimento de repúdio à atração muito se deveu a atuação de Val Marchiori na primeira temporada.
A controversa emergente paranaense ficou famosa por alfinetar as colegas, pelo bordão "hello!" e por fazer questão de exibir joias e dinheiro.
Ela também tinha uma obsessão por champanhe, que bebia desde cedo, numa taça banhada a ouro.





"Disse não. Não tinha nada a ver comigo. Mas falaram que o formato seria mais light. Trabalho, tenho filho e estudo", diz Mariana Mesquita, que se define como uma mistura de patricinha com maloqueira. Chamada pelo diretor de "panicat", por causa do porte sarado, ela enfrentou resistência do marido, o ex-jogador Luizão, que não a queria no programa.
"A primeira temporada só mostrou futilidade. Ninguém bebe champanhe e compra o dia inteiro", faz coro Aeileen.
Mais jovem das ricas, aspirante a cantora e "wanna be famous", segundo Diego Pignataro, ela é herdeira de um haras no Espírito Santo.
"O Carlos Alberto [de Nóbrega, humorista do SBT] levou um susto com o convite", diverte-se Andréa Nóbrega.
"Quando você decide que seu personagem será do mal, você corre o risco de ser muito popular, como foi a Carminha de 'Avenida Brasil', ou de as pessoas virarem as costas. Acho que a futilidade e a malícia de Val Marchiori deixaram-na de fora do programa", afirma o diretor.
Procurada pela Folha, no entanto, a socialite afirma ter sido chamada para integrar a nova edição do "Mulheres Ricas".
"Queriam que eu fizesse participações, mas achei o elenco muito fraco. Não participaria com essas mulheres", diz ela, atualmente com contrato com a Record. "Estou feliz na emissora. De rica, ali não tem nenhuma...".
"Se a Zilu [ex-mulher do sertanejo Zezé Di Camargo] tivesse fechado ou a Bia Barros ou até mesmo as antigas participantes, eu pensaria no caso."

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