Em debate, todas as plataformas da TV


No Rio para o Festival Internacional de Televisão, o americano Seth Shapiro fala das novidades do setor

 Publicado originalmente em O Globo, Segundo Caderno
Sábado, 10 de novembro de 2012, página 3

Depois das vitrolas, dos rádios e dos aparelhos de telefone, é a vez de a televisão deixar de ser um objeto fixo e pesado para ganhar portabilidade. Trata-se de um fenômeno conhecido pelos estudiosos como “TV everywhere” ou “over the top”, e que ganhou destaque na 8ª edição do Festival Internacional de Televisão (FIT), que termina amanhã no Oi Futuro Ipanema. Na última quinta-feira, aconteceu, dentro do festival, o InovTV (Fórum Internacional de Inovação em Televisão), série de quatro palestras sobre o tema. Entre os convidados estava Seth Shapiro, diretor da New Amsterdam Media, professor da UCLA e um dos criadores do Tivo, modelo de gravação de programas que mudou a forma como os americanos veem televisão.
Para abrir sua palestra, “A indústria televisiva e as múltiplas formas de distribuição”, Shapiro foi ao passado. Mais precisamente, ao escritor Charles Dickens. Para ele, Dickens criou algo parecido com o que existe hoje na televisão:
— Dickens inventou o cliffhanger (o gancho no final de um episódio), o formato de série e ainda criou um modelo de negócios com pequenas editoras. Essa relação entre conteúdo e distribuição e como transformar isso em lucro ainda é a busca de quem faz TV hoje em dia.
Nascida bem depois da época de Dickens, no fim dos anos 1940, a televisão passou por uma série de mudanças. A primeira que provocou barulho veio na década de 1970, com o surgimento da TV a cabo. Hoje, não é preciso mais ter um aparelho de televisão para assistir à TV.
— A chave para entender esse novo modelo é saber que o número de escolhas aumentou muito. Isso já aconteceu com a TV a cabo e, hoje, com internet e tablets, chegou a um nível de explosão extremo — define Shapiro, que conversou com O GLOBO após a palestra.
O professor, no entanto, diz que ainda é difícil formar uma teoria definitiva sobre as novas tecnologias e seu impacto na TV. Ele compara a época em que vivemos a outro momento de transição da indústria cultural: dos filmes mudos para os falados. Diferentemente, no entanto, do que aconteceu com o gênero eternizado por Charles Chaplin, não haverá uma ruptura total com o modelo anterior. Adaptação é a palavra da vez, ele explica:
— As operadoras de TV a cabo são negócios altamente lucrativos. Uma com cerca de 15 canais pode lucrar US$ 135 bilhões por ano nos EUA. O mais importante para as pessoas que desejam criar para a TV é definir seu público e entender quais são seus hábitos.
Shapiro lembrou ainda que os tablets são os dispositivos cuja venda cresce mais rápido na história e que o Twitter, atualmente, tem até um sistema de medição equivalente ao de audiência e já consegue determinar os programas e canais mais assistidos na televisão.
— A próxima mudança radical acontecerá quando um programa conseguir tornar o tablet indispensável — profetizou.
O Brasil ainda pisa neste terreno com menos desenvoltura do que os americanos, mas o debate também rende por aqui. Não foi à toa que Nelson Hoineff, diretor do FIT, decidiu falar sobre as novas plataformas no InovTV.
— É a transformação mais radical que já aconteceu na indústria de TV. Estamos engatinhando, mas temos o crescimento assombroso da TV por assinatura. Não existe outro negócio no mundo que cresça 30% ao ano — diz Hoineff.
Depois das vitrolas, dos rádios e dos aparelhos de telefone, é a vez de a televisão deixar de ser um objeto fixo e pesado para ganhar portabilidade. Trata-se de um fenômeno conhecido pelos estudiosos como “TV everywhere” ou “over the top”, e que ganhou destaque na 8ª edição do Festival Internacional de Televisão (FIT), que termina amanhã no Oi Futuro Ipanema. Na última quinta-feira, aconteceu, dentro do festival, o InovTV (Fórum Internacional de Inovação em Televisão), série de quatro palestras sobre o tema. Entre os convidados estava Seth Shapiro, diretor da New Amsterdam Media, professor da UCLA e um dos criadores do Tivo, modelo de gravação de programas que mudou a forma como os americanos veem televisão.
Para abrir sua palestra, “A indústria televisiva e as múltiplas formas de distribuição”, Shapiro foi ao passado. Mais precisamente, ao escritor Charles Dickens. Para ele, Dickens criou algo parecido com o que existe hoje na televisão:
— Dickens inventou o cliffhanger (o gancho no final de um episódio), o formato de série e ainda criou um modelo de negócios com pequenas editoras. Essa relação entre conteúdo e distribuição e como transformar isso em lucro ainda é a busca de quem faz TV hoje em dia.
Nascida bem depois da época de Dickens, no fim dos anos 1940, a televisão passou por uma série de mudanças. A primeira que provocou barulho veio na década de 1970, com o surgimento da TV a cabo. Hoje, não é preciso mais ter um aparelho de televisão para assistir à TV.
— A chave para entender esse novo modelo é saber que o número de escolhas aumentou muito. Isso já aconteceu com a TV a cabo e, hoje, com internet e tablets, chegou a um nível de explosão extremo — define Shapiro, que conversou com O GLOBO após a palestra.
O professor, no entanto, diz que ainda é difícil formar uma teoria definitiva sobre as novas tecnologias e seu impacto na TV. Ele compara a época em que vivemos a outro momento de transição da indústria cultural: dos filmes mudos para os falados. Diferentemente, no entanto, do que aconteceu com o gênero eternizado por Charles Chaplin, não haverá uma ruptura total com o modelo anterior. Adaptação é a palavra da vez, ele explica:
— As operadoras de TV a cabo são negócios altamente lucrativos. Uma com cerca de 15 canais pode lucrar US$ 135 bilhões por ano nos EUA. O mais importante para as pessoas que desejam criar para a TV é definir seu público e entender quais são seus hábitos.
Shapiro lembrou ainda que os tablets são os dispositivos cuja venda cresce mais rápido na história e que o Twitter, atualmente, tem até um sistema de medição equivalente ao de audiência e já consegue determinar os programas e canais mais assistidos na televisão.
— A próxima mudança radical acontecerá quando um programa conseguir tornar o tablet indispensável — profetizou.
O Brasil ainda pisa neste terreno com menos desenvoltura do que os americanos, mas o debate também rende por aqui. Não foi à toa que Nelson Hoineff, diretor do FIT, decidiu falar sobre as novas plataformas no InovTV.
— É a transformação mais radical que já aconteceu na indústria de TV. Estamos engatinhando, mas temos o crescimento assombroso da TV por assinatura. Não existe outro negócio no mundo que cresça 30% ao ano — diz Hoineff.


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Depois das vitrolas, dos rádios e dos aparelhos de telefone, é a vez de a televisão deixar de ser um objeto fixo e pesado para ganhar portabilidade. Trata-se de um fenômeno conhecido pelos estudiosos como “TV everywhere” ou “over the top”, e que ganhou destaque na 8ª edição do Festival Internacional de Televisão (FIT), que termina amanhã no Oi Futuro Ipanema. Na última quinta-feira, aconteceu, dentro do festival, o InovTV (Fórum Internacional de Inovação em Televisão), série de quatro palestras sobre o tema. Entre os convidados estava Seth Shapiro, diretor da New Amsterdam Media, professor da UCLA e um dos criadores do Tivo, modelo de gravação de programas que mudou a forma como os americanos veem televisão.
Para abrir sua palestra, “A indústria televisiva e as múltiplas formas de distribuição”, Shapiro foi ao passado. Mais precisamente, ao escritor Charles Dickens. Para ele, Dickens criou algo parecido com o que existe hoje na televisão:
— Dickens inventou o cliffhanger (o gancho no final de um episódio), o formato de série e ainda criou um modelo de negócios com pequenas editoras. Essa relação entre conteúdo e distribuição e como transformar isso em lucro ainda é a busca de quem faz TV hoje em dia.
Nascida bem depois da época de Dickens, no fim dos anos 1940, a televisão passou por uma série de mudanças. A primeira que provocou barulho veio na década de 1970, com o surgimento da TV a cabo. Hoje, não é preciso mais ter um aparelho de televisão para assistir à TV.
— A chave para entender esse novo modelo é saber que o número de escolhas aumentou muito. Isso já aconteceu com a TV a cabo e, hoje, com internet e tablets, chegou a um nível de explosão extremo — define Shapiro, que conversou com O GLOBO após a palestra.
O professor, no entanto, diz que ainda é difícil formar uma teoria definitiva sobre as novas tecnologias e seu impacto na TV. Ele compara a época em que vivemos a outro momento de transição da indústria cultural: dos filmes mudos para os falados. Diferentemente, no entanto, do que aconteceu com o gênero eternizado por Charles Chaplin, não haverá uma ruptura total com o modelo anterior. Adaptação é a palavra da vez, ele explica:
— As operadoras de TV a cabo são negócios altamente lucrativos. Uma com cerca de 15 canais pode lucrar US$ 135 bilhões por ano nos EUA. O mais importante para as pessoas que desejam criar para a TV é definir seu público e entender quais são seus hábitos.
Shapiro lembrou ainda que os tablets são os dispositivos cuja venda cresce mais rápido na história e que o Twitter, atualmente, tem até um sistema de medição equivalente ao de audiência e já consegue determinar os programas e canais mais assistidos na televisão.
— A próxima mudança radical acontecerá quando um programa conseguir tornar o tablet indispensável — profetizou.
O Brasil ainda pisa neste terreno com menos desenvoltura do que os americanos, mas o debate também rende por aqui. Não foi à toa que Nelson Hoineff, diretor do FIT, decidiu falar sobre as novas plataformas no InovTV.
— É a transformação mais radical que já aconteceu na indústria de TV. Estamos engatinhando, mas temos o crescimento assombroso da TV por assinatura. Não existe outro negócio no mundo que cresça 30% ao ano — diz Hoineff.

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