O que você não vê na TV



Produções exclusivas para internet ganham público, estrutura profissional e maior investimento publicitário


Publicado originalmente na Folha de São Paulo, Ilustrada
Domingo, 28 de outubro de 2012, página E1


ALBERTO PEREIRA JR.
IURI DE CASTRO TÔRRES


Um casal discute à mesa de jantar quando o homem pergunta para a mulher: "O que você quer?". A resposta é uma sequência da baixarias, de sexo coletivo com o exército israelense a práticas pornográficas heterodoxas.
Trata-se do vídeo "Sobre a Mesa", da produtora Porta dos Fundos. Seu sucesso aponta para uma tendência: conteúdos exclusivos para a internet com qualidade de televisão, mas com mais liberdade criativa.
Longe das produções caseiras que pipocam na web, a Porta dos Fundos tem um canal com mais de 20 milhões de acessos no YouTube, trabalha com estrutura profissional e não pensa em migrar para a televisão.
"Não queremos dar recibo a quem não entende o que fazemos", diz Antonio Tabet, um dos sócios da produtora e dono do blog Kibe Loco. "Na internet, a liberdade é total."
Essa produção on-line aumentou de forma inusitada: com o aporte de dinheiro de um grande patrocinador que havia sido alvo de piadas em um dos vídeos do Porta dos Fundos -o fast-food Spoleto.
"Percebemos que era melhor entrar na brincadeira do que brigar", diz Antonio Moreira Leite, diretor de marketing do Spoleto. No vídeo, uma cliente é maltratada por um atendente apressado.
"Foi uma oportunidade de ativar um canal direto com os clientes por meio da aderência que só a internet traz."
Outro programa de sucesso fora da TV é a série Marcelinho, protagonizada por um fantoche que lê contos eróticos. Para Erik Gustavo, criador da atração -vista mais de 25 milhões de vezes no YouTube-, a internet deixou de ser uma mídia de passagem.
"A renda que consigo é boa e posso fazer o que quiser, quando quiser", diz Gustavo, hoje parceiro comercial do YouTube. Marcelinho foi parar em anúncios publicitários.
Desde 2008, o comediante Bruno Motta fatura entre US$ 5 e US$ 20 (entre R$ 10 e R$ 40) a cada mil visualizações de seus vídeos no YouTube -desde 2006, eles já foram vistos 25 milhões de vezes. Ele já foi contratado por empresas como Sebrae e Microsoft por causa de sua repercussão.
O fortalecimento de vídeos na web transcende o humor. "Temas tabus para a TV, como o beijo gay, são mais bem recebidos no on-line", comenta Marcelo Caetano, diretor de programação da Record.
Séries de ficção e "talk shows" também despontam nesse segmento.
GRANA
O mercado publicitário investe nas produções on-line, mas perduram ressalvas.
"O sucesso na internet é tão imponderável quanto o de um programa de TV, mas o anunciante [da web] ainda é conservador", diz Daniel Chalfon, da agência Loducca.
"É difícil prever o que vai fazer sucesso na internet. A produção é muito grande e fragmentada", completa Paulo Sanna, vice-presidente de criação da Wunderman.
A TV aberta se mantém na liderança do mercado, com uma fatia de 64,88% do bolo publicitário, segundo o Projeto Inter-Meios, de investimento em mídia de 2011.
A internet representa 5,14% do total (R$ 1,45 bilhão), mas é o meio que mais cresceu em arrecadação com publicidade: 19,63% em 2011.
A própria televisão vê potencial na internet. Canais como Multishow já investem em webséries, como "Zapeando". O Off vai estrear três novas produções em novembro.
Nos EUA, o Netflix, canal de vídeos por demanda, vai lançar em 2013 "House of Cards" e uma nova temporada de "Arrested Development".

Conteúdos de TVs na internet seguem sem medição de ibope 28/10/2012 - 06h15 | da Folha.com Aumentar tamanho da letra Diminuir tamanho da letra Compartilhar Imprimir Enviar por e-mail Comente Eletrodoméstico é na OLX Sua casa mais completa e Bonita Brastemp,Consul,Bosch... Não Perca! www.OLX.com.br Brinquedos Fisher-Price Brinquedos que divertem e desenvolvem ao mesmo tempo. www.fisher-price.com.br DE SÃO PAULO Além de ser um espaço propício a novas atrações, a internet também é opção para o consumo de conteúdo televisivo em horários alternativos aos programados pelas emissoras. Produções exclusivas para internet ganham público, estrutura e investimento Análise: Batalha entre conteúdos na web está só começando Exemplo disso foi a novela "Avenida Brasil", da Globo, que terminou no dia 19. Na TV, a trama fechou com 39 pontos de média no Ibope --cada ponto equivale a 60 mil domicílios da Grande SP. Na rede, seu site bateu o recorde de visitação comparado ao das outras produções da emissora. O número de requisições de vídeos de "Avenida Brasil" em seu último mês de exibição foi de mais de 93 milhões. No último capítulo, foram 6,6 milhões de vídeos requisitados --14 dos 15 vídeos mais assistidos do portal Globo.com eram do folhetim. Expressivos, esses índices ainda não são computados na medição de audiência aferida pelo Ibope. A empresa já consegue medir o "buzz" --o eco de assuntos sobre a televisão nas redes sociais-- e está estudando o uso de uma ferramenta para medir audiência focada no conteúdo, independentemente da forma como ele é consumido e da plataforma utilizada. O nome provisório do projeto é 3 Telas, em referência ao aparelho de TV e às telas do computador, de tablets e de smartphones. "A nossa ideia é integrar tudo na mesma base de dados. Em mais um ou dois anos, isso será unificado", diz Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope. (ALBERTO PEREIRA JR. E IURI DE CASTRO TÔRRES)

Leia mais em: http://noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/2012/10/28/conteudos-de-tvs-na-internet-seguem-sem-medicao-de-ibope.jhtm

Conteúdos de TVs na internet seguem sem medição de ibope

Além de ser um espaço propício a novas atrações, a internet também é opção para o consumo de conteúdo televisivo em horários alternativos aos programados pelas emissoras.
Exemplo disso foi a novela "Avenida Brasil", da Globo, que terminou no dia 19.
Na TV, a trama fechou com 39 pontos de média no Ibope --cada ponto equivale a 60 mil domicílios da Grande SP. Na rede, seu site bateu o recorde de visitação comparado ao das outras produções da emissora.
O número de requisições de vídeos de "Avenida Brasil" em seu último mês de exibição foi de mais de 93 milhões.
No último capítulo, foram 6,6 milhões de vídeos requisitados --14 dos 15 vídeos mais assistidos do portal Globo.com eram do folhetim.
Expressivos, esses índices ainda não são computados na medição de audiência aferida pelo Ibope.
A empresa já consegue medir o "buzz" --o eco de assuntos sobre a televisão nas redes sociais-- e está estudando o uso de uma ferramenta para medir audiência focada no conteúdo, independentemente da forma como ele é consumido e da plataforma utilizada.
O nome provisório do projeto é 3 Telas, em referência ao aparelho de TV e às telas do computador, de tablets e de smartphones.
"A nossa ideia é integrar tudo na mesma base de dados. Em mais um ou dois anos, isso será unificado", diz Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope.

Análise: Batalha entre conteúdos na web está só começando

RONALDO LEMOS


Algo está mudando rapidamente no mundo dos vídeos da internet.
Em queda, estão as produções amadoras, com bebês, gatos e candidatos a celebridades que tanto marcaram a estética da segunda metade dos anos 2000.
Em alta, temos uma crescente profissionalização, com conteúdos querendo não só atrair audiência mas também fidelizá-la.
Isso é um sintoma de como a internet se consolida como nova "janela" de distribuição. É só pensar nos seriados americanos: estreiam na TV aberta ou a cabo e, em seguida, estão disponíveis em sites como o iTunes, que vende episódios "no varejo" a US$ 1,99 (cerca de R$ 4).
Só que a internet não quer ser só "mais uma janela", complementando as anteriores. Ela ambiciona ser "a janela". Nesse sentido, despontam séries produzidas diretamente para a rede, como "House of Cards", exibida pelo Netflix.
O YouTube também está se transformando. O site passou a remunerar produtores de conteúdo original: quando uma websérie decola, tem chance de gerar receita significativa (há milhares de produtores faturando mais de US$ 100 mil --cerca de R$ 200 mil por ano).
Esse modelo sacodiu o mercado. Surgiram empresas especializadas em achar talentos amadores. Dão um "banho de loja" neles: melhoram a produção e os roteiros. Daí, passam a agenciá-los, dividindo ganhos.
Isso não significa que a vida das webséries anda fácil.
Neste ano, o YouTube apostou cada vez mais em conteúdo tradicional, licenciado de empresas como Disney ou Universal.
A reclamação é que, assim, produtores independentes ficam à margem. Sem destaque nas recomendações do site, a audiência cai. Enquanto isso, a de conteúdos tradicionais cresce. O embate entre o conteúdo amador, semiprofissional e profissional na internet é em si uma boa websérie. Com várias temporadas pela frente.


Conteúdos de TVs na internet seguem sem medição de ibope 28/10/2012 - 06h15 | da Folha.com Aumentar tamanho da letra Diminuir tamanho da letra Compartilhar Imprimir Enviar por e-mail Comente Eletrodoméstico é na OLX Sua casa mais completa e Bonita Brastemp,Consul,Bosch... Não Perca! www.OLX.com.br Brinquedos Fisher-Price Brinquedos que divertem e desenvolvem ao mesmo tempo. www.fisher-price.com.br DE SÃO PAULO Além de ser um espaço propício a novas atrações, a internet também é opção para o consumo de conteúdo televisivo em horários alternativos aos programados pelas emissoras. Produções exclusivas para internet ganham público, estrutura e investimento Análise: Batalha entre conteúdos na web está só começando Exemplo disso foi a novela "Avenida Brasil", da Globo, que terminou no dia 19. Na TV, a trama fechou com 39 pontos de média no Ibope --cada ponto equivale a 60 mil domicílios da Grande SP. Na rede, seu site bateu o recorde de visitação comparado ao das outras produções da emissora. O número de requisições de vídeos de "Avenida Brasil" em seu último mês de exibição foi de mais de 93 milhões. No último capítulo, foram 6,6 milhões de vídeos requisitados --14 dos 15 vídeos mais assistidos do portal Globo.com eram do folhetim. Expressivos, esses índices ainda não são computados na medição de audiência aferida pelo Ibope. A empresa já consegue medir o "buzz" --o eco de assuntos sobre a televisão nas redes sociais-- e está estudando o uso de uma ferramenta para medir audiência focada no conteúdo, independentemente da forma como ele é consumido e da plataforma utilizada. O nome provisório do projeto é 3 Telas, em referência ao aparelho de TV e às telas do computador, de tablets e de smartphones. "A nossa ideia é integrar tudo na mesma base de dados. Em mais um ou dois anos, isso será unificado", diz Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope. (ALBERTO PEREIRA JR. E IURI DE CASTRO TÔRRES)

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Conteúdos de TVs na internet seguem sem medição de ibope 28/10/2012 - 06h15 | da Folha.com Aumentar tamanho da letra Diminuir tamanho da letra Compartilhar Imprimir Enviar por e-mail Comente Eletrodoméstico é na OLX Sua casa mais completa e Bonita Brastemp,Consul,Bosch... Não Perca! www.OLX.com.br Brinquedos Fisher-Price Brinquedos que divertem e desenvolvem ao mesmo tempo. www.fisher-price.com.br DE SÃO PAULO Além de ser um espaço propício a novas atrações, a internet também é opção para o consumo de conteúdo televisivo em horários alternativos aos programados pelas emissoras. Produções exclusivas para internet ganham público, estrutura e investimento Análise: Batalha entre conteúdos na web está só começando Exemplo disso foi a novela "Avenida Brasil", da Globo, que terminou no dia 19. Na TV, a trama fechou com 39 pontos de média no Ibope --cada ponto equivale a 60 mil domicílios da Grande SP. Na rede, seu site bateu o recorde de visitação comparado ao das outras produções da emissora. O número de requisições de vídeos de "Avenida Brasil" em seu último mês de exibição foi de mais de 93 milhões. No último capítulo, foram 6,6 milhões de vídeos requisitados --14 dos 15 vídeos mais assistidos do portal Globo.com eram do folhetim. Expressivos, esses índices ainda não são computados na medição de audiência aferida pelo Ibope. A empresa já consegue medir o "buzz" --o eco de assuntos sobre a televisão nas redes sociais-- e está estudando o uso de uma ferramenta para medir audiência focada no conteúdo, independentemente da forma como ele é consumido e da plataforma utilizada. O nome provisório do projeto é 3 Telas, em referência ao aparelho de TV e às telas do computador, de tablets e de smartphones. "A nossa ideia é integrar tudo na mesma base de dados. Em mais um ou dois anos, isso será unificado", diz Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope. (ALBERTO PEREIRA JR. E IURI DE CASTRO TÔRRES)

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