Programas ao vivo podem reabilitar audiências em queda



Publicado originalmente em O Globo, Segundo Caderno, Patrícia Kogut
Sexta-Feira, 23 de novembro de 2012, página 6

Realizadores de televisão do mundo todo buscam a resposta para a pergunta de um milhão de dólares. Qual o espécime de minhoca que servirá de isca perfeita para os atuais telespectadores, tão bem servidos quanto infiéis? Afinal, zapear é só um dos esportes que se praticam diante da TV. Há quem baixe os programas, assista na internet etc.
De acordo com uma reportagem da “Variety” (variety.com), a NBC descobriu uma forma de combater pelo menos o impacto do uso do DVR. E ele é grande: além de derrubar a audiência, o anunciante sabe que o freguês, ao assistir a uma atração gravada, passará batido pelos comerciais. Graças a “sucessos à prova de DVR”, os números da NBC estão altos nesta fall season.
Tudo começou em 2003, quando a emissora cravou sua primeira vitória com as transmissões ao vivo de partidas dominicais de jogos de futebol americano e o reality campeão “The voice”. Essas atrações tiveram ótimos índices surpreendendo até o mais otimista dos analistas. O segredo estava ali, na urgência que o público tem de assistir às contendas em tempo real. Em entrevista, o executivo Bob Greenblatt afirmou que os programas ao vivo são mesmo o melhor modelo de negócio para a NBC. De quebra, a emissora programou sua nova série “Revolution” para depois de “The voice” e se deu bem.
Porém, a pressa em assistir a um programa, que é o que move essa estratégia, não funciona sempre. Gravar continua sendo uma prática geral. Aqui, a Sky HDTV Slim acaba de lançar um serviço de gravação através de pen drive ou HD externo capaz de carregar até 250 horas de programação. E é à prova de pirataria: o conteúdo é protegido por um sistema de criptografia que só permite a reprodução no aparelho.

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