Autores de teatro migram para a televisão

Publicado originalmente no caderno Ilustrada, Folha de São Paulo

Domingo, 9 de dezembro de 2012


 

GUSTAVO FIORATTI

Para suprir a demanda de roteiristas criada pela nova lei da TV paga, autores habituados a produzir para o teatro em São Paulo foram convidados no decorrer deste ano a escrever seriados.
Entre 12 nomes levantados pela Folha estão Leonardo Moreira, Rafael Gomes, Sérgio Roveri, Zen Salles, Otávio Martins e Franz Keppler.
Desde agosto, Roveri ("Abre as Asas sobre Nós"), Moreira ("O Jardim") e Gomes ("Música para Cortar os Pulsos") integram a equipe de cinco roteiristas que a produtora BossaNova Films arregimentou para levantar um novo projeto.
Os dois primeiros já venceram o Shell e preferem manter sob sigilo o conteúdo do programa e o canal em que deverá ser exibido. O projeto tem direção de Luiz Villaça, diretor do filme "O Contador de Histórias" (2009).
O movimento de migração para a TV inclui também autores formados em escolas de dramaturgia que surgiram na capital paulista nos últimos cinco anos. Zen Salles ("Agridoce") é um deles. Deixou o Núcleo de Dramaturgia Sesi-British Council há dois anos e, desde o primeiro semestre, passou a roteirizar a série "Sessão de Terapia" (GNT).
TRADUÇÃO
O texto do seriado dirigido por Selton Mello é uma tradução do original israelense, "BeTipul", adaptado nos EUA sob o título "In Treatment".
Mas Salles é responsável pelos diálogos do único personagem que, no Brasil, ganhou texto novo: o policial Breno Dantas (Sergio Guizé).
 
No teatro, o ator Otávio Martins e o dramaturgo Franz Keppler trabalharam juntos em duas produções que estiveram em cartaz durante o ano: "Córtex" e "Camille e Rodin". A parceria agora se estende à telinha.
Eles se dedicam não a um, mas a dois novos projetos, ainda sem data de estreia.
A dupla não abre o canal e o nome das produtoras que encomendaram os trabalhos. Mas Martins adianta que o formato é de série com 13 capítulos -modelo da TV a cabo americana.
"Tem muita gente fazendo projeto, e o fato de já produzirmos dramaturgia foi considerado, pois estavam em busca de diálogos de qualidade", diz ele.
Um dos seriados se chama "A Gente Tem que Conversar" e sua história se desenvolve em torno do tema da separação.

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