CinebrasilTV entra na Sky



Publicado originalmente no site: http://www.telaviva.com.br

Quarta-feira, 23 de janeiro de 2013, 17h33

André Mermelstein.
O CinebrasilTV entrou na grade da Sky no último dia 13. O canal é um dos três “superbrasileiros”, os canais habilitados a cumprir o parágrafo 5º do Artigo 17 da Lei 12.485/11, que prevê a presença nos line-ups de pelo menos um canal nacional de produção independente programado por empresa não vinculada às emissoras de TV.

Até então a Sky não vinha cumprindo esta cota, pois não carregava nenhum destes canais (os outros são o Prime Box Brazil e o Curta!).

O CinebrasilTV está no canal 102 da operadora de DTH. “Espero que essa seja uma posição provisória, porque não condiz com o perfil do canal. Teria que estar próximo aos demais canais de filmes e séries”, diz a diretora do canal, Tereza Trautman.

Ela queixa-se da forma como foram feitas as negociações para a inclusão dos canais brasileiros com as operadoras em geral, que levaram a uma remuneração muito baixa dos programadores independentes.

A causa desta pressão para a queda nos valores deveu-se, segundo ela, ao canal Curta!, da Synapse, lançado às vésperas da entrada em vigor das normas e que logo conseguiu a adesão de boa parte das operadoras. “São arrivistas, derrubaram o mercado para poder entrar”, diz Tereza. “Eles não participaram da elaboração da lei, nunca militaram por isso, e agora entraram derrubando o preço e se aproveitando da situação”, completa.

O CinebrasilTV fechou também distribuição com outras operadoras, como GVT, SimTV e Oi TV (cabo), passando de cerca de 200 mil assinantes para aproximadamente 6 milhões este ano, com a entrada em vigor das cotas.

No entanto o crescimento não se refletiu em receitas na proporção do que era esperado, diz Tereza. “Minha receita total hoje é menor, corrigidos os valores, do que era em 2005, quando eu tinha 500 mil assinantes”, relata.

Segundo ela, o plano de negócios do canal era de investir R$ 1 milhão ao mês na produção independente, o que ficou inviabilizado pelos valores recebidos. A empresa também planejava ter um segundo canal, premium, e um serviço de VOD. “É o que precisava para fomentar a produção independente, seríamos um posto avançado desta produção na TV paga”, diz.

Tereza diz que pretende procurar a Ancine para discutir a regulamentação deste item da lei, porque segundo ela o Artigo 17, com a configuração que o mercado tomou, não estaria cumprindo seu objetivo de incentivar a produção independente. “A autoridade vai ter que agir, criando um procedimento de como vai ser o canal de 12 horas (de conteúdo nacional independente). Tem que ser um canal de filmes e séries”, completou.

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