Família Barreto lança braço da produtora ligado à TV


A pré-estreia em Berlim precede a nova investida do clã mais poderoso do cinema brasileiro. Assim que voltar da Alemanha, a família Barreto deve se dedicar ao lançamento da LCTV, o braço da produtora voltado à televisão.


Publicado originalmente no site: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada

Segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013, 06h29

Marco Aurélio Canônico


O anúncio oficial será no primeiro dia do RioContentMarket, feira de negócios do setor, de 20 a 22 de fevereiro.

"Nós somos especialistas em contar histórias e nos demos conta de que, hoje em dia, a melhor dramaturgia está na TV", diz Paula. Sua mãe completa: "Cinema é muito caro, eles não querem arriscar. Na TV, como é mais barato, arrisca-se mais, você encontra mais originalidade".

A decisão de investir mais nesse mercado também está ligada à vigência da nova lei da TV paga, que obriga os canais a reservar espaço para o conteúdo brasileiro (atualmente, 70 minutos por semana, em horário nobre).

Os Barreto estimam que a LCTV responderá por 40% dos negócios da produtora, mesmo percentual da parte de cinema --os 20% restantes ficam por conta de filmes institucionais.

O primeiro produto, já pronto e negociado com um canal aberto (que eles não nomeiam, por questões contratuais), é a minissérie "Rondon", de cinco capítulos, com Rui Ricardo Diaz, protagonista de "Lula, o Filho do Brasil", de Fabio Barreto.

A obra seguirá um formato em voga: além da TV, será adaptada para os cinemas. Este intercâmbio entre os dois meios se repetirá com "João ou O Milagre das Mãos", longa seguinte de Bruno Barreto sobre o maestro e pianista João Carlos Martins.

Selecionado para receber R$ 3 milhões do Fundo Setorial do Audiovisual, o filme começa a ser rodado em 2014; posteriormente, será adaptado para a TV, em capítulos.

Segundo Lucy, a Globo os sondou para fazer o mesmo com "Você Nunca Disse Eu te Amo", transformando o longa em minissérie "para o horário das 23h, em quatro capítulos, como fizeram com o 'Xingu' e 'Gonzaga'", conta.

A matriarca acredita que a proposta seja viável ("Temos material para isso, muita coisa boa ficou de fora"), no que discorda o seu filho: "Não dá, ia ficar uma encheção de linguiça", diz Bruno.

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