Seminário VII: Panorama dos Programas Infantis na Televisão Brasileira



Universidade Federal Fluminense
Cinema e Audiovisual
Tv e Vídeo
Professor: Felipe Muanis
Grupo: Camila Yallouz, Lukas Baptista e Rafael Ribeiro

Televisão Infanto-Juvenil


Quando o objeto de estudo é o receptor infantil, um indivíduo em formação contínua, mais aberto e receptivo do que o público adulto ao que o cerca, os conteúdos dos programas devem ser elaborados atendendo a esta realidade específica. Atualmente existem duas perspectivas vigentes em relação à função desempenhada pela televisão na vida da criança: a educativa e a do ócio/entretenimento. No caso do público infantil, deve-se privilegiar a ponderação entre o formativo e o divertido ou recreativo.

A educação formal é conhecida pelo seu papel de desenvolver ou aperfeiçoar as faculdades intelectuais e morais da criança ou do jovem através de métodos pedagógicos, baseados fundamentalmente na doutrina ou nos exemplos. Formar-se significa, sob esse ponto de vista, adquirir mais ou menos aptidão ou habilidade no campo físico e moral. No entanto, podemos perceber o quão destrutivo é o método de educação competitiva e o desenvolvimento infantil segundo esse sistema, que enfatiza a simples adaptação do indivíduo a sociedade, sem que esse tenha plena consciência de suas escolhas e valores. Devemos considerar, portanto, a educação não apenas sob o ponto de vista pedagógico de formação escolar, mas de experiências, valores e consciência dos indivíduos por suas ações.

A televisão reflete essa questão desde o início da idealização dos programas infantis para criança, quando teóricos como Joel Spring a via como formadora: “Junto com a família e a escola, a televisão pública, instruindo as crianças fora da escola, vem a ser a terceira instituição educacional.”

Por ser ao mesmo tempo um fenômeno social e de entretenimento, um convidado íntimo nos lares das pessoas, é fácil ver de que modo nós, como cultura, aceitaríamos completa e naturalmente a ideia de que a televisão podia (e devia) funcionar como entretenimento e educação.

O conceito de programa educativo para crianças chegou com a televisão, mas foi a Comissão Carnergir sobre a Televisão Educativa nos Estados Unidos, que recomendou, em 1967 o uso da programação infantil na TV como um “meio de reforma social”. Os programas de televisão pública, portanto, deveriam dar grande atenção às necessidades educacionais informais da criança da pré-escola, particularmente para interessar e auxiliar crianças cujo preparo intelectual poderia ser, caso contrário, menos adequado. Nesse sentido, a televisão educativa é vista como uma solução simples para um problema complexo sobre a formação e educação deficientes da nossa sociedade.

É comumente aceita a suposição de que programas educativos infantis são bons e, para o adulto médio, programas infantis que são educativos têm que ter boa apresentação – e talvez seja esse o problema. Programas infantis representam uma concepção adulta de “boa” educação para crianças. A questão é, seriam os programas educativos como Vila Sésamo, cujo conteúdo de alfabeto, números e multiculturalismo, aparecem com extrema rapidez e saturação, uma boa ideia sobre a educação?

O professor e autor de livros sobre televisão e educação, Pedro Guareschi aponta em uma entrevista feita pelo SINTESE: “A educação deve dar novamente a palavra aos educandos. Eles tem que falar, devem ser provocados. Tudo bem que se use os meios de comunicação para provocá-los, mas eles precisam refletir, não se pode permitir que a televisão faça tudo sozinha.”

Daniel Azulay foi o criador da Turma do Lambe-Lambe e fala que no início da televisão infantil no Brasil, existia sempre uma preocupação educativa “e por que não dizer, ética e moral” de contribuir de forma construtiva com a formação das crianças. Havia também a dramatização com adaptação para a TV de autores de literatura infantil como o Teatrinho Trol e Sítio do Pica-Pau Amarelo. No entanto, Azulay diz que “enquanto as emissoras olharem as crianças apenas como produto, como alvo de merchandising”, não haverá tal tipo de preocupação educativa.

Diferente da televisão educativa, a televisão de entretenimento infantil possui poucas definições que homogenizem seus programas. Percebemos, no entanto, algumas características que aparecem com alguma frequência na construção dos programas, como a presença da criança ou adolescente como apresentador, personagem principal e programas construídos sob o ponto de vista infantil, como Carrossel (SBT) e Teca na TV (Futura).

Nos dias de hoje, a programação da TV aberta é, em sua grande maioria, formada por desenhos animados estrangeiros. Isso se explica pelo preço baixo ou quase nulo desses produtos, que veiculam os personagens de licensing e merchandising que geram fortunas de dinheiro para os distribuidores e emissoras através de lancheiras, mochilas, cadernos, livros, brinquedos, etc.

Conteúdo de Qualidade
A avaliação da qualidade de conteúdo dos programas deve se dar a partir de uma investigação empírica e não só descritiva desses conteúdos dirigidos às crianças. A qualidade de um conteúdo audiovisual deverá ser entendida, portanto, tendo em conta o receptor do conteúdo, a realidade sociocultural no momento em que se dá a recepção do mesmo, os valores comunicados e a forma de construção dessa emissão. Isto quer dizer que as afirmações que possamos fazer acerca da qualidade de um conteúdo audiovisual estarão condicionadas pela função que, nesse momento histórico, o meio de recepção – a televisão – esteja a desempenhar sobre o receptor.

Os projetos de investigação internacionais concentrados na qualidade dos conteúdos dirigidos à infância mais relevantes são:

- The CTS (Children's Television Standardas) da ABA (Australian Broadcasting Authority) de 1979. A ACTF (Australian Children's Television Foudation) tem vindo a estudar este tema desde 1982.

- Tha Annenberg Public Policy Center (APPC) na Pensylvannia (EUA), desde 1995.

La CNTV (Consejo Nacional de Televisión) no Chile, desde 1997.


Na tabela abaixo, vemos o detalhamento dos critérios de qualidade que foram determinados pelas três investigações mencionadas:



Canais exclusivamente infantis transmitidos no Brasil:

No Brasil, existem canais que transmitem programação totalmente voltada para o público infantil. Esses canais são veiculados a cabo e muitos deles possuem uma das maiores audiências desse mercado, o que prova a grande força desse segmento no Brasil.

Cartoon Network

Com a proposta de divertir e entreter, seu público alvo são crianças de sete a onze anos de idade. A maior parte de seus espectadores é composta por meninos, que são atraídos por desenhos de ação e aventura, como Ben 10 entre outros veiculados no bloco de programação intitulado “Heróis”, veiculado de segunda à sexta-feira às 17 horas. Contudo, o canal vem tentando conquistar cada vez mais a audiência feminina e para isso vem investindo em uma programação mais voltada para a comédia. O bloco “Há Há Há”, apresentado de segunda a sexta às 18h veicula desenhos animados como Hora da Aventura. Para o canal, tal segmento atrai audiência de ambos os sexos, aumentando seu target. Nos domingos às 18 horas, o canal apresenta o Girl Power, com desenhos como As Meninas Poderosas Geração Z, tentando pescar um público feminino com a temática de ação.

O Cartoon Network ainda é visto como um canal de apenas desenhos animados, mas a empresa vem tentando modificar essa visão investindo em live action. Por algum tempo o canal exibiu Chaves e Chapolin e atualmente investe nas séries de comédia canadense Senhor Young e a americana Level Up.

Com a vigência da lei 12.485, o canal adquiriu uma série de programas nacionais. São eles: Turma da Mônica, Aventuras de Gui & Estopa, Tromba Trem, Carrapatos e Catapultas e Sítio do Pica Pau Amarelo, todos exibidos no bloco intitulado “Brazuca”. Para 2013, o canal promete estrear mais produções, como Turma da Mônica Jovem, Irmão do Jorel e Historietas Assombradas. O canal tem como produção própria o Plantão do Tas.

Boomerang

Originado de um bloco de programação homônimo do Cartoon Network, o Boomerang é também integrante da Turner Broadcast System, tendo chegado ao Brasil em 2001. O canal sofreu um série de ajustes nesses treze anos de existência. Logo em seu surgimento, veiculava desenhos animados clássicos dos estúdios Hanna-Barbera, que haviam sidos tirados do ar no Cartoon Network.

Em 2006 o canal foi remodelado, abandonando a proposta de exibir desenhos animados clássicos, focando seus esforços em conquistar uma audiência adolescente entre 12-16 anos. Atualmente o canal não é mais infantil, apostando em relity shows como America’s Next Dance Crew, seriados adolescentes como Pretty Little Liars e A Vida Secreta de uma Adolescente Americana, música com o programa Boombox All Acess e filmes, tudo bastante voltado para meninas.

Tooncast

Anunciado em 2008, o Tooncast, mais um canal da Turner Broadcast System foi criado a partir do mesmo conceito original do canal Boomerang. Com um público alvo muito extenso, que pode ser de criança a até adultos saudosistas, o canal transmite vinte e quatro horas de desenho animado sem intervalos. Além das produções Hanna-Barbera, o canal também exibe produções da Warner, Bros, MGM, Filmation e produções do Cartoon Network. São desenhos como Os Flintstones, O Pica-Pau, Scooby Doo, Tom & Jerry, Pokemon e O Laboratório de Dexter, abrangendo mais o seu catálogo que o antigo Boomerang.

O canal vem apresentando dificuldades de se adaptar às mudanças na televisão paga desde a aprovação da lei 12.485 e fez um pedido de dispensa para a Ancine, alegando que não existe conteúdo nacional com o perfil do canal. Argumentaram também que o canal possuiu programação de sinal único pan-regional, que é distribuído para toda a América Latina, o que tornaria “onerosa a inclusão de conteúdo brasileiro”, dado que o mesmo “teria de ser dublado ou legendado em espanhol ou inglês”. Com isso, o Tooncast tem grandes chances de sair do ar no Brasil.

Nickelodeon

Também conhecido como Nick, é o maior canal no segmento nos Estados Unidos.

Pertecente à Viacom Networks, chegou à América Latina em 1996, trazendo desenhos animados, games shows e séries consagradas em solos americanos.

De lá pra cá, o canal não mudou muito sua estrutura, continuando a veicular bastante conteúdo live action, sem abandonar os desenhos, tendo o enfoque sempre na comédia. As maiores sensações do canal atualmente são Bob Esponja, que já está em dia 12ª temporada, iCarly, Clube das Winx, Big Time Rush e Drake & Josh. O canal tem investido também em desenhos animados oriundos de filmes e games, como Os Pinguins de Madagascar, Kung Fu Panda e Rabbits. Durante a primeira parte da manhã, o canal apresenta o Nick Jr., bloco dedicado a crianças de idade pré-escolar, exibindo desenhos como Dora a Aventureira. No fim da noite e durante toda a madrugada, entra no ar o bloco Nick@Nite, que exibe desde seriados e desenhos clássicos (Clarissa) a até programas cancelados recentemente (Manual de Sobrevivência Escolar do Ned). Com uma programação tão diversificada, o canal tem um target de crianças entre quatro e quatorze anos, sendo prioridade as mais velhas, entre sete e quatorze.

A partir de 2006, o canal começou a investir em novelas na América Latina, produzindo produtos como Isa TKM e Sonha Comigo, todas com um enfoque adolescente e utilizando a música como importante elemento da história. O Brasil, no entanto, nunca produziu nenhuma, tendo como meta ser o próximo país a receber esse investimento na América Latina.

A primeira produção nacional do canal se deu em 2000, com a premiação “Meus Prêmios Nick” e, logo em seguida estreou o “Patrulha Nick”, que ficou no ar por cinco anos. Com a obrigatoriedade de exibir programas independentes brasileiros, o canal, junto com a Band e Mixer, co-produziu a série Julie e os Fantasmas e o desenho Escola pra Cachorro (esse último somente com a Mixer). Atualmente se prepara para a estreia de Dani Who? E a segunda temporada de Julie e os Fantasmas.

Nick Jr.

Pertecente ao grupo Viacom Networks, chegou ao Brasil em 2008 e tem a mesma filosofia dos outros canais voltados para crianças em idade pré escolar: educar entretendo. Tem uma programação semelhante ao bloco de programação homônimo do canal irmão, Nickelodeon, exibindo alguns desenhos a mais, como As Pistas de Blue e Super Fofos.

Gloob

Com a quase extinção de programas infantis na Rede Globo, a Globosat lançou em junho de 2012 o Gloob. Com o slogan “É o nosso mundo”, o canal pretende focar em crianças de idade entre cinco e oito anos. Com mais de trinta e seis milhões de expectadores, o canal possui um share de 0.03%, seu público é composto por 84% de espectadores das classes B e C e 52% de meninas.

Com 17% de produção nacional, o canal anunciou que pretende em 2013 saltar esse número para 63%. Atualmente exibe os seguintes programas brasileiros: D.P.A. – Detetives do Prédio Azul, Tem Criança na Cozinha, Click e Sítio do Pica Pau Amarelo. O restante de seu conteúdo é majoritariamente oriundo da Europa. São desenhos como Chaplin e Esquadrão do Lixo, procurando conteúdo educativo que também entretém evitando ao máximo violência. Além disso, também são exibidos desenhos clássicos como Os Smurfs, Popeye, She-Ra e He-Man, o que vem atraindo um público adulto para o canal.

TV Rá-Tim-Bum

A TV Rá-Tim-Bum é um canal da TV Cultura voltado para crianças. Seu conteúdo é 40% próprio, 30% independente e 30% adquirido, sendo 100% deles brasileiro. Seu objetivo é ensinar as crianças através de desafios físicos e intelectual, criando cidadãos de bem. Para o canal, é imprescindível que seus programas tenham transmissão de valores, trazendo segurança de conteúdo para os pais e repertório universal para as crianças. Seu público alvo é justamente a família. Programas infantis que possam ser apreciados por todos.

Em sua programação, o canal traz uma série de programas vindos da TV Cultura, como Castelo Rá-Tim-Bum, Vila Sésamo e Cocoricó. Além disso, co-produções trouxeram novos produtos como Escola pra Cachorro. O canal também investe em transmídia, produzindo jogos para seu site oficial.

Discovery Kids

Chegando ao Brasil em 1996, o canal do grupo Discovery tem como publico alvo crianças de dois à seis anos e seus pais. Procurando sempre passar conteúdo educativo e livre de violência, pretende com isso ensinar as crianças a lidar com o mundo real através de experiências que

estimulem sua curiosidade e sempre foi assim, tendo transmitido programas famosos como Teletubbies e Clifford.

Atualmente é o canal infantil mais assistido da TV paga, exibindo bastante desenhos, mas sem excluir seriados live action, como foi desde o começo. Tem entre seus programas principais as sensações do mercado Peixonautas e Meu Amigãozão, os clássicos LazyTown, Bob, O Construtor, Barney e Caillou e programas internacionais mais atuais, como O Pequeno Príncipe.

Disney Channel

Em 2001 estreou no Brasil o Disney Channel, pertencente ao Disney-ABC Television Group. Por alguns anos o canal chegou a ser líder de audiência na televisão fechada, mas atualmente perde para o Discovery Kids e Cartoon Network. Possui um canal em HD, onde não passa intervalos comerciais, sendo assim, o canal em HD não é um espelho do SD.

Com famosos seriados americanos e desenhos animados dos estúdios Disney, o canal abrange o público infantil e adolescente com programas como Os Feiticeiros de Waverly Place, Os Padrinhos Mágicos, Phineas e Ferb e Zack & Cody, além é claro de sempre exibir grandes filmes divididos nos blocos “Filme Disney Channel”, “O Maravilhoso Mundo Disney” e “Cine Mágico”. Um bloco interessante do canal é o “Disney Junior, no Disney Channel”. Voltado para crianças menores, exibe desenhos como O Clube do Mickey Mouse, A Floricultura da Nana e Art Attack (os dois últimos produções feitas para o Brasil na Argentina).

O canal também produz conteúdo próprio no Brasil, tendo sido produzido na sede do canal na América Latina, Argentina. São eles: Quando Toca o Sino, Disney Planet e os cancelados Zapping Zone e Disneyllon. Nenhum desses programas, no entanto, cumpre as cotas da lei 12.485, fazendo com que o canal pedisse dispensa para a Ancine alegando que existe escassez de produtos de qualidade voltados para seu público no Brasil. O caso ainda está em análise.

Disney Junior

O Disney Junior era um bloco de programação do Disney Channel que se tornou um canal independente em 2011, substituindo o Playhouse, também da Disney-ABC. Voltado para crianças de dois a cinco anos, é diferente de outros canais que focam no público pré-escolar por não se

preocupar necessariamente com educação, mas sim com entretenimento. Além de desenhos exclusivos, como Os Heróis da Cidade e O Mundo Redondo de Olie, exibe filmes dos Estúdios Disney.

Disney XD

O Disney XD entrou no ar no Brasil em 2009 no lugar do Jetix, que por sua vez substituiu o Fox Kids. O canal é dá enfoque em programas de aventura e ação e aventura, sendo popular entre garotos entre sete e onze anos. No Brasil, o canal possui alguns desenhos exclusivos, como Beyblade Metal Fusion e Digimon. Exibe também desenhos da Marvel Universe (Iron Man, Ultimate Spider Man, Avengers e Super Hero Squad Show) e séries live action como Uma Banda Lá em Casa e Zeke & Luther. Um dos poucos desenhos que podem Sr apreciados por um público feminino mais geral é Pucca.

Baby TV

A Baby TV entrou no ar no Brasil em 2010 e é transmitida por poucas operadoras de TV paga. Parte dos canais Fox, ele é especializado em formatos de programas para bebês, crianças e seus pais. Com uma programação original, é desenvolvido em cooperação com especialistas em desenvolvimento infantil. O canal não possui intervalos comerciais.

Mercado, Publicidade e Transmídia

O formato a ser analisado será o de programas de auditório infantis. Em vez de fazer uma análise geral do que consiste o mercado de produtos infantis e a publicidade que dá suporte a eles, considerei melhor pinçar um exemplo de programa, desse formato específico, e usa-lo para minhas explanações. Exemplos de programa de auditório voltados para o público infantil não faltam. A partir do final dos anos 80 e início dos 90 é que uma nova safra de programas infantis surge, para contemplar uma geração inteira de crianças, e geralmente liderados por uma apresentadora feminina carismática.

Dentre muitas vale destacar Angélica, Mara Maravilha, Eliana, Simony, Mariane, e mais recentemente Maísa. Porém a que mais se destaca com certeza é Xuxa. Diferente das demais, Xuxa fez de sua carreira e de seu nome uma marca de sucesso, a ser incorporado e irradiado pra diversos outros campos, desde os mais variados produtos licensing e merchandising, até campanhas e instituições. Praticamente todos os programas em que foi apresentadora levava o seu próprio nome, fazendo de si a protagonista de todos eles e ajudando a reforçar a marca. Nos filmes em que participou nota-se uma dificuldade para desvencilhar a personagem de sua própria pessoa, fazendo parecer que muitas vezes interpretava a si mesma. 
Na televisão a maioria de seus programas foram programas de auditório, ora tendendo para o público infantil, juvenil ou de variedades, direcionado para toda a família. Grandes exemplos são Xou da Xuxa, Xuxa Park, Planeta Xuxa e TV Xuxa. Uma exceção seria Xuxa No Mundo Na Imaginação, realizado depois do incêndio na nave no programa Xuxa Park. Este programa não contava com plateia de auditório e era exibido através de diferentes quadros em que Xuxa apresentava. Outra diferença é seu enfoque totalmente voltado para as crianças, num tom educativo, pedagógico, porém ainda mantendo a diversão. Atualmente Xuxa comanda o TV Xuxa as tardes de sábado, que depois de algumas reformulações se consolidou como um programa de variedades aberto para toda a família, não exclusivamente infantil. Seu horário na grade é as 14:44, entre Estrelas da Angélica e Calderão do Huck, do Huck.

Como podemos ver, todos os programas e produtos giram em torno do nome Xuxa, sendo este o item que sustenta, legitima e dá credibilidade a fantasia. Muito mais que um nome, Xuxa tornou-se uma marca, que empresta seu nome/significado aos mais variados ramos de negócio (a maioria envolvendo o público infantil). A personalidade pública que é a Xuxa, portanto, pode ser visto como o verdadeiro produto, aquele que construído através do tempo, agregou suficiente valor e sucesso para por sua vez agregar este valor a outros produtos subsequentes, sejam programas televisivos ou brinquedos. A marca Xuxa então ganha vida própria e independência, podendo esta ser incorporada a todo tipo de produto ou serviço.



Bibliografia:

TEIXEIRA, Inês, LARROSA, Jorge, LOPES, José (org.). A infância vai ao cinema. São Paulo: Autêntica editora, 2006.

FANTIN, Monica. Crianças, Cinema e Educação – Além do Arco-Íris. Ed.: Civilização Brasileira..

BELIZÁRIO, Tamara, EBERLE, Taiana, JOHN, Valquíria. Televisão, a Babá Eletrônica De Todas As Manhãs: análise da programação infantil da Rede Globo e do SBT

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http://www.anmtv.xpg.com.br/ancine-disney-pede-dispensa-das-cotas-para-seus-canais/
http://www.anmtv.xpg.com.br/playhouse-disney-channel-muda-para-disney-junior/
http://www.ancine.gov.br/sites/default/files/portarias-da-ancine/283%20BABY%20TV%20assinada.pdf

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