Publicado originalmente no site: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada
Sábado, 20 de abril de 2013, 22h40
Fernanda Reis
Após mais de uma década na Inglaterra, um homem de seus 30 anos volta ao Brasil para o enterro do pai, com quem havia cortado relações.
O retorno choca: os preços estão altos, a cidade mudou e, no entanto, o hotel da família, decadente, parece congelado no tempo.
Um estrangeiro em seu próprio país --é o termo que Miguel Thiré e Mauro Lima, respectivamente ator e diretor da série "Copa Hotel", utilizam para descrever Fred, o protagonista da produção, que estreia amanhã.
Distante do pai desde a morte da mãe, ainda na infância, Fred chega ao Rio de Janeiro para passar menos de uma semana --o suficiente para resolver a papelada e vender o hotel da família em Copacabana, no qual cresceu.
Ao pisar no prédio, contudo, muda de ideia. "O hotel representa uma dívida que ele tem com o pai. Ele se sente culpado por ter ficado longe", diz Thiré à Folha.
"Fred chega ao Brasil na defensiva, com a impressão de que foi abandonado nesses anos todos. Mas ele vê que o pai acompanhava sua vida, o amava, e tinha uma trava. Ele fica tocado."
Assumir o empreendimento não é, porém, uma tarefa fácil: dos chuveiros sai uma água barrenta, o piano desafina, os clientes reclamam e um gato misterioso aparece pelos corredores, deixando ratos mortos nos travesseiros de seus hóspedes favoritos.
ROMANCE
Em meio a tudo isso, Fred se envolve com duas mulheres: Maria (Maria Ribeiro), a responsável médica que atendeu seu pai no hospital, e Antonia (Fernanda Nobre), a hóspede sensual de cabelos platinados e aspirante a atriz.
"Ela é uma jovem um pouco perdida, uma atriz que não dá muito certo e não sabe se é isso que gosta de fazer. É um espírito livre", diz Fernanda sobre sua personagem. "A relação dela com o Fred começa com um tesão mútuo, ela é muito atirada. Eles criam intimidade aos poucos."
Para Thiré, enquanto com Antonia o que domina é o desejo, com Maria ele mantém uma relação de afeto. "A série fala da possibilidade de um homem amar honestamente duas mulheres muito diferentes", diz Fernanda.
Na fronteira entre drama, comédia e romance --"Mistura todos os gêneros", diz Lima--, "Copa Hotel" não poupa palavrões, cenas de sexo, relações problemáticas e socos na cara. Antes mesmo de estrear, a série já tem outra temporada encomendada.
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