Internet é apontada como o futuro da TV por profissionais do audiovisual


A internet é o futuro da TV?


Publicado originalmente no site: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada

Sexta-feira, 19 de julho de 2013, 03h08

Ilustrada



Hollywood pode ainda não ter um preciso "sim" ou "não" como resposta. Mas as indicações ao Emmy, na quinta-feira (18), de "House of Cards" e "Arrested Development" (ambas produzidas para distribuição on-line pela Netflix) soaram como um sonoro "talvez".

No Brasil, especialistas do setor audiovisual ouvidos pela Folha mostraram-se convictos na migração da audiência da telona da TV para a rede de computadores.

"A internet é o futuro de todas as mídias, inclusive a TV. É só uma questão de tempo", diz o cineasta e professor do departamento de Cinema, Rádio e TV da ECA-USP Roberto Moreira ("Contra Todos").

O cineasta Andrucha Waddington ("Casa de Areia") tem opinião semelhante. "A internet não é a TV do futuro, é o presente." Waddington observa que, "com a distribuição via rede, o conteúdo chega diretamente ao público, sem que ele esteja amarrado a grades de programação. Os 'filtros' ou 'curadores' são os canais do futuro, quer dizer: já o são no presente. O que importa é o conteúdo".

O crítico Rubens Ewald Filho enxerga "tempos difíceis para a indústria do entretimento, agora que o DVD agoniza" e diz que "é preciso de alguma forma suprir a renda que o vídeo doméstico produzia para os estúdios".

Nesse sentido, para Ewald Filho, a internet surge como tábua de salvação. "Tem que ser o futuro", diz. Mas aponta "um desafio e uma crise" no caminho da mudança. O desafio é o de "vencer o hábito já instaurado de uma geração de jovens consumidores que se acostumaram a não pagar pelo divertimento".

A crise se avista na perspectiva de que "esse novo sistema forçosamente irá desmontar toda uma estrutura tradicional", segundo diz.

Talvez não haja exatamente um desmonte, mas sim uma convivência, na opinião de Márcio Carvalho, diretor de marketing da NET.

"A internet trouxe uma revolução diferente, marcada pela interatividade, pela personalização, pelo conceito de decidir o que e quando, a cada sessão, a cada acesso", diz Carvalho. Para ele, "a fusão desses dois mundos promete". Contudo, "colocando em perspectiva, a TV tradicional ainda é a rainha desse mundo midiático, com milhões de telespectadores sintonizando seus canais preferidos nos momentos de lazer", diz.

Contudo, "gradativamente", novos modos de distribuir conteúdo "vão possibilitando que a experiência da tela grande seja complementada com telas menores, num modo mais ativo de ver TV".

Comentários

  1. Eu penso que contra o download está o fator conforto que o VOD oferece. Em vez de correr atrás do torrent da série e, no caso de não-falantes do inglês, das legendas, temos o conforto de começar a assistir o programa mais rapidamente. Isso está contribuindo pra mudança no hábito de consumo na internet. Há o problema do delay da exibição (séries demoram meses para chegar ao Netflix), mas a junção do conteúdo original (da Netflix, por exemplo) com plataformas VOD ligadas aos canais (por exemplo, a HBO GO, ainda que vinculada à TV a cabo) podem vir a contornar isso.

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