Seis meses após ter sido posta à venda no exterior, ‘Avenida Brasil’ já é a obra mais licenciada lá fora



Para autor João Emanul Carneiro, a história concentrada em poucos personagens facilita entendimento



Publicado originalmente no site: http://oglobo.globo.com/revista-da-tv

Domingo, 21 de julho de 2013, 08h00

Isabel de Luca


“Avenida Brasil” foi sucesso no mundo em tempo real, digamos assim: enquanto o país (e eventualmente até a presidente Dilma) parava para assistir à novela de João Emanuel Carneiro no ano passado, jornais e revistas noticiavam o fenômeno pelo planeta. Seis meses após ter sido posta à venda no mercado internacional, “Avenida Brasil” já é a obra mais licenciada da Globo no exterior. Seus direitos de exibição foram adquiridos por 106 países, batendo um recorde que até então era de “Da cor do pecado”, do mesmo autor, comercializada em 100 países nos últimos três anos.

— Se uma história é muito concentrada em poucos personagens (eram 23), acho que isso facilita a entrada fora do Brasil — diz João Emanuel, por telefone. — “Avenida Brasil” se passava em torno daquela casa, de Nina e Carminha, é uma trama mais fácil de acompanhar, mais próxima da noção de seriado através do mundo. Com cem personagens, e uma narrativa multifacetada, fica mais difícil para um estrangeiro assimilar. Também tem o fato de serem personagens fingidos, bons e maus, mocinhos e bandidos, que são um atrativo para o público de hoje. As séries são todas de heróis falhos. A heroína de “Avenida Brasil” também é uma heroína falha.

A trama de “Da cor do pecado”, ele ressalta, também era concentrada em poucos personagens.

— E mesmo assim nas versões vendidas para o exterior tiraram dois núcleos — lembra.

A venda de novelas dubladas é o mais antigo braço da área de negócios internacionais da TV Globo, que gerencia ainda os canais internacionais (com sete grades de programação diferentes em 116 países) e, mais recentemente, as coproduções (“Marido en alquiler” é a quinta).

“Avenida Brasil” foi dublada em 14 línguas – entre elas, espanhol, inglês, russo, grego, polonês e francês – e já está no ar em Rússia, Croácia, Grécia, Uruguai, Panamá, Equador, Venezuela e Portugal.

— Dois fatores contribuem para o êxito em curto espaço de tempo — acredita Raphael Corrêa Netto, diretor-executivo de negócios internacionais da Globo. — Primeiro: o texto ter sido tão emblemático que, do Brasil, reverberou fora do país. Foi um assunto global na indústria do entretenimento. Segundo: a estética cinematográfica foi muito bem recebida. É um conflito universal contado de maneira inovadora, vendeu muito rápido. E onde entra assume a liderança, e em duas, três semanas está liderando com folga.

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