TV paga encara dublagem como recurso para cativar a classe C



Publicado originalmente no site: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada

Domingo, 07 de julho de 2013, 01h17

Silvana  Arantes



Pioneira em adotar a versão dublada de séries e filmes estrangeiros como padrão, a Fox lançou mão desse recurso como forma de "cativar o público da classe C", diz a diretora de programação dos canais Fox, Cláudia Clauhs.

A tendência de crescimento espontâneo da classe C foi percebida pela Fox em 2007, segundo Clauhs. Esse crescimento engrossou a base de assinantes da TV paga.

A estratégia da Fox para mimar o novo público inclui "identificar os programas que têm mais apelo junto à classe C e tornar sua linguagem mais acessível, usando termos mais fáceis, mas sendo fiel ao original", diz Clauhs.

Na opinião dela, assinantes da classe AB também passaram a optar pela versão dublada porque não querem ficar com a atenção concentrada na tela da TV. Preferem ter os olhos livres para passear ao mesmo tempo pelo tablet.

O Universal aderiu à tendência de dublar conteúdo estrangeiro na TV paga e oferece, desde segunda-feira passada, a versão com aúdio em português para séries estreantes ("Bates Motel") e para algumas já em curso, como "House". É o começo de um projeto que prevê dublar toda a grade da programação.

Para Paulo Barata, CEO da NBCUniversal Networks International Brasil, a ascensão da classe C não explica a onda. "O movimento é explicado pela expansão geral da base de assinantes."

A percepção de que o Universal apostou na dublagem como ferramenta para recuperar posições no ranking de audiência é incorreta, segundo ele. "Na TV, a gente se programa a longo prazo."

Barata afirma que o plano de dublar a grade do Universal começou a ser traçado em 2009, com o objetivo de "atender ao máximo possível de audiência". Ou seja, seria uma tática de ampliação, não de recuperação de terreno.

Para o executivo, "na TV por assinatura a audiência é tão diluída e flutuante" que o aumento da base de assinantes não significa uma mudança no perfil de audiência de determinados canais.

Contar com a versão dublada de filmes e séries exige dos canais um investimento "entre três e quatro vezes maior que o da legendagem", diz Barata, sem revelar números.

Aquecido pelo aumento da demanda, o mercado trabalha com valores fixos para dubladores: R$ 89,35 a hora para elenco de apoio, com acréscimo de 5% nesse valor para um papel coadjuvante, e de 10% para o protagonista.

A dublagem de um episódio de meia hora exige, em média, seis horas de estúdio. Há ainda custos com tradução, direção e laboratório na composição final da conta.

Para exercer a dublagem no Brasil, é preciso ser ator -uma espécie de ator que em geral acha graça de seu próprio anonimato e ri à toa. "Você recebe pelo que faz se divertindo!", diz Tatiane Keplmair, 32, a Hannah Montana.

Comentários

  1. eu particularmente detesto ver produto americano dublado, prefiro as legendas, ate porque eu entendo um pouco de inglês. mas entendo essa ideia da fox. realmente um filme ou serie se torna mais acessível se colocado uma dublagem. é por isso que tv aberta so passa as paradas dubladas, acredito. e, se nao fosse isso, o que teria sido de nossas infancias, sem os desenhos dublados em portugues?! até hoje a gente lembra das vozes dos personagens, ou seja, das vozes dos dubladores... qual teria sido a graça pra minha infancia se Chaves tivesse sido passado legendado por exemplo? rs e o brasil ta mesmo cheio de dublador foda e talentoso. dublagem é muito difícil de fazer. :P

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