No futuro, pode não haver espaço para canais de nicho na TV aberta, diz Globo



Publicado originalmente no site: http://www.telaviva.com.br

Domingo, 15 de setembro de 2013, 09h05

Fernando Lauterjung



Segundo o diretor de tecnologia da TV Globo, Fernando Bittencourt, no futuro não haverá mais espaço para canais de nicho na TV aberta. O executivo propôs, em um painel na IBC 2013, em Amsterdã, que estes canais deixem a TV aberta, liberando espaço não apenas para os serviços móveis, mas para a própria radiodifusão, que, segundo ele, precisa de banda para oferecer serviços mais avançados, como as transmissões em 4K. “Aqueles com menos audiência deveriam ir para outras plataformas, liberando espaço para os mais importantes”, disse durante o debate.

A este noticiário, o diretor de tecnologia da TV Globo afirmou que a ideia lançada é para o longo prazo, quando as outras plataformas de distribuição tiverem alcance suficiente para garantir a distribuição desses canais. Como exemplo de um processo eficiente de liberação de espectro, Bittencourt cita o realizado nos Estados Unidos, onde os broadcasters podem leiloar seu espectro ou parte dele. Desta forma, as empresas podem optar por deixar o mercado (ou apenas a plataforma de TV aberta) ou ainda dividir uma frequência com outra emissora, fazendo multiprogramação em standard definition.

Ignorados

Segundo Bittencourt, a UIT e governos de todo o mundo estão ignorando a radiodifusão na discussão sobre a liberação de espectro para o serviço de banda larga móvel 4G. “Haverá mudanças irreversíveis no modelo do broadcast, a não ser que os reguladores, incluindo a UIT, comecem a dialogar com o setor”, disse Bittencourt. “Não estou dizendo que as empresas de radiodifusão vão desaparecer, mas podem ter de migrar para outras plataformas”, complementou.

No mesmo painel, Katherine Wen, diretora de plataformas de TV da emissora comercial britânica ITV, afirmou que as próprias telcos podem sofrer consequências negativas desta disputa por espectro. “Elas estão minando a indústria que produz o conteúdo mais relevante que alimenta suas redes de dados”, disse.

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