O que está mudando no mercado produtor de televisão



Publicado originalmente no site: http://kogut.oglobo.globo.com/noticias-da-tv

Quinta-feira, 05 de setembro de 2013, 09h00

Patrícia Kogut



A Lei da TV Paga tem suas vicissitudes, mas movimentou o mercado de audiovisual e isso ninguém contesta. Produtoras floresceram, há trabalho para roteiristas, produtores e diretores. Para o atores tem sido muito bom também. Apesar dos cachês geralmente inferiores aos que oferecem as emissoras abertas, muitos profissionais do teatro vêm sendo vistos na TV via esse caminho independente.

Nos Estados Unidos, o mercado também está em movimento, mas a história é outra, nada a ver com protecionismo de estado, muito pelo contrário. As grandes emissoras abertas estão com dificuldade para escalar talentos para suas séries dramáticas. Essas mídias, que antes eram o sonho profissional de qualquer um, agora enfrentam a rivalidade das produções dos chamados digital outlets, como Netflix e Amazon.

Diferentemente do que acontece aqui — onde esse mercado ainda está em construção — há um número grande de roteiristas prontos para produzir histórias da melhor qualidade. Só que eles tendem a perseguir projetos como “House of cards”. Segundo alguns agentes entrevistados pelo “The Hollywood Reporter” (vale ler em “hollywoodreporter.com”), “é o efeito Netflix”.

Não é só dinheiro, embora seja isso também. A Netflix e seus pares pagam bem. Mas as pessoas gostam mesmo é do sistema de trabalho no ramo do streaming. Eles fazem encomendas sem exigir piloto, as chamadas straight-to-series orders. Isso significa pequena interferência na criação. É algo que ABC, CBS, Fox e NBC não estão conseguindo combater.

A forma como esse mercado se movimenta rapidamente é impressionante.

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