O que garante vida longa a um programa de televisão?



Publicado originalmente no site: http://kogut.oglobo.globo.com/noticias-da-tv

Segunda-feira, 16 de setembro de 2013, 09h00

Patricia Kogut



Quando um programa dá sinais de cansaço na televisão americana, ele dura pouco no ar. Não existe dó nem piedade. O Robespierre que opera essa guilhotina só escuta os índices de audiência. Por isso, a notícia do cancelamento de “The killing” não surpreende.

Porém, a maneira como essa série ganhou uma sobrevida inesperada e, depois disso, nunca mais se recuperou é interessante. Só para lembrar: sua primeira temporada chegou ao fim sem que o crime central fosse resolvido. O público, indignado, foi às redes sociais jurar vingança. Houve uma verdadeira convocação geral para que as pessoas boicotassem a produção.

Contrariando as expectativas de muitos, ela voltou. Para acalmar os coléricos, a AMC tratou de solucionar a morte da garota num lago de forma intrincada e esperta. Além disso, ofereceu novas e saborosas tramas. Ainda assim, o cancelamento do programa duas temporadas depois pode bem ter sido por um efeito retardado dessa antipatia residual e nunca superada.

No fim da segunda temporada, “The killing” foi suspensa. Em seguida, acabou ressuscitada graças a um acordo entre o AMC e a Netflix: a série iria ao ar primeiro no canal americano e chegaria ao streaming três meses depois que o capítulo final fosse exibido na televisão. A terceira leva de episódios, entretanto, foi mal de público e encerrou de vez a aventura dos detetives de Seattle.

Falando em sobrevida de atrações de TV, a CBS acaba de renovar o “Big Brother”, que, portanto, terá sua 16ª edição. A notícia chega junto com o encerramento da última temporada, recheada de escândalos. Nenhum deles mexeu com os números de maneira negativa. Pelo contrário. A audiência subiu 11% em comparação com o ano passado.

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