Quando, afinal, a TV paga vai dublar 100% de seus programas?



Publicado originalmente no site: http://kogut.oglobo.globo.com/noticias-da-tv

Sexta-feira, 14 de setembro de 2013, 09h00

Patricia Kogut



O dia em que a Fox, sem aviso, apresentou “24 horas” dublada marcou o início de uma tendência que, de lá para cá, só fez se agravar. Aconteceu em 2007, num episódio em que Jack Bauer estava a ponto de salvar milhões de vidas na América. Foi um choque para quem acompanhava a série. Num primeiro momento, a guinada não poupou a Fox de um certo fracasso de audiência.

Depois, isso mudou. Hoje, com a adesão de quase toda a TV por assinatura a essa prática, todo mundo sabe que, para efeitos de mercado, ela funciona. Até canais como o Universal e o GNT, conhecidos pelo zelo com suas traduções, caíram no baralhão da dublagem, embora com algum pudor — mantêm faixas legendadas. Outros, como AXN e Sony, prometeram agradar a gregos e troianos. Os troianos continuam aguardando. Quem, como eu, gostava de acompanhar “Criminal minds” e “CSI” com som original tem cada vez menos espaço: eles não fornecem (como foi prometido) as duas possibilidades.

Na noite da última terça-feira, entre 22h e 23h, estavam falados em português: “Chicago fire” (no Universal); “Terror na Antártida” (no Warner); “A montanha enfeitiçada” (no TNT); “A lista de clientes” (no Sony); “Sr e sra. Smith” (na Fox); “O suspeito da Rua Arlington” (no ID); “Número 23” (no Space); “Predadores” (no FX); “Com quem me casei? Até que a morte os separe” (no Discovery Home & Health).

São apenas alguns exemplos. Aí você pode perguntar: mas para que assistir a “O suspeito da Rua Arlington”, já exibido trilhões de vezes em quase todos os canais pagos? E eu respondo: tem razão. Esse é outro viés do mesmo grande tema, que é a falta de consideração com aquele freguês antigo, que gosta de TV segmentada. Qual é o crime, afinal?

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