Publicis, Youtube e o pesadelo da TV



Publicado originalmente no site: http://www.adnews.com.br/publicidade

Sexta-feira, 25 de outubro de 2013, 10h26

Redação Adnews




Os executivos das grandes redes de televisão devem estar preocupados. O Publicis Groupe – que anunciou sua fusão com o Omnicom no inicio deste ano, criando o maior grupo de comunicação mundial – fechou um acordo com o Google. O objetivo? Comprar milhões de dólares em publicidade no Youtube já para 2014.

De acordo com o Financial Times, o negócio será gerido pela MediaVest, que ajuda os clientes do alto escalão da holding, como Coca-Cola e Walmart, a planejar melhor seus orçamentos de mídia.

Há seis meses, a MediaVest fez outro grande negócio no chamado mundo da convergência das mídias. Um acordo com o Twitter, que irá permitir ao microblog abocanhar parte da verba publicitária que outrora era quase exclusiva da TV.

O próprio Facebook também fechou um acordo com canais de TV. A maior rede social do mundo vai permitir que 10 grandes emissoras de TV, em oito países diferentes, se aproveitem da API da rede social para incorporar comentários e postagens em tempo real na programação dos canais.

E por qual motivo os grandes executivos da TV devem se preocupar? Conforme ressalta o Bussiness Insider, quando se trata do público norte-americano, a audiência das redes sociais só cresce e a da TV tradicional segue estagnada.

Dados da Nielsen revelam que o público dos EUA consome mais de 6 bilhões de horas/mês de conteúdo no Youtube. Este número era 50% menor em 2012. A audiência da TV tradicional, em contrapartida, estagnou nos últimos trimestres (mas ainda é maior).

No Brasil, um estudo desenvolvido pelo ConsumerLab, área da Ericsson que analisa o comportamento do usuário, revelou que 62% dos cidadãos preferem escolher quando e o que assistir, ao invés de seguir a grade tradicional dos programas de TV.

O acordo entre Publicis e Google pode ser visto como um voto de confiança. Ainda há incertezas sobre o alcance dos vídeos online. Apesar do crescimento do Youtube, como já foi dito acima, a maioria dos vídeos vistos nos EUA ainda se passa na TV.

Em 2012, a televisão concentrou mais de 62% da verba publicitária dos grandes compradores de mídia. Na América Latina, em todos os países monitorados pelo IBOPE Media, a TV aberta é o meio com a maior participação em relação ao total investido em publicidade.

Dados da quarta edição do Barômetro de Engajamento de Mídia, estudo global conduzido pela Motorola Mobility, mostraram que o brasileiro consome 20 horas semanais de televisão. É o terceiro país do mundo que mais vê TV.

Ao que parece, o mercado está cada vez mais convergido e menos concentrado. E se as televisões ainda não estão preocupadas, vale lembrar uma frase de Walter Longo, mentor de estratégia e inovação do Grupo Newcomm e presidente da agência Grey Brasil, dita ao Adnews na TV: "Audiência na internet sobe de elevador, anunciante pela escada".

Comentários