Televisão não é só no televisor. O que dizem as novas pesquisas



Publicado originalmente no site: http://kogut.oglobo.globo.com/noticias-da-tv

Sábado, 12 de outubro de 2013, 09h02

Patrícia Kogut



Ainda da série o que está mudando no comportamento do público. Uma pesquisa da eMarketer — empresa que mira em mídia digital e marketing — publicada esta semana no “The Wall Streel Journal” chegou a conclusões a que todos os interessados no tema devem prestar muita atenção. A intenção era encontrar uma resposta para uma pergunta que vem se impondo: o que pode ser qualificado como “assistir a televisão” nos dias de hoje? Traduzindo: ver séries no iPad conta? No celular conta?

Os números finais não mentem: o espectador adulto está passando em média quatro horas e 31 minutos diários diante do televisor. Esse total significa sete minutos a menos que em 2012. Porém, o consumo de programação cresceu. Parece uma contradição, mas não é. A equação fecha graças ao uso crescente de smartphones, computadores etablets. O que mostra que existe um mercado vasto e ainda pouco explorado para quem quiser produzir conteúdo para esses suportes. A prática já floresce nos EUA. Aqui, embora ainda mais timidamente, também.

A Viacom anda desenvolvendo aplicativos que fornecem o acesso digital a programas. A Nickelodeon, a MTV e o Comedy Central vêm investindo pesado nessa área. Através do número de usuários que têm cadastrados, as empresas podem ter certeza de que há mais e mais espectadores usando o serviço.

Segundo Albert Cheng, do grupo Disney ABC Television, o hábito de assistir a programação em outras telas que a do televisor também forma novos públicos. Por “novos públicos” entenda-se públicos de todas as idades. É o que deixa claro outra pesquisa recente, da Ericsson, realizada em 40 países. Dos entrevistados pelo menos uma vez por semana, 42% usam laptops, smatphones e similares para ver televisão. Outro dado interessante do estudo: o mito de que as pessoas mais velhas são menos afeitas às novas tecnologias é só um mito. Cerca de 40% dos que têm entre 55 e 64 anos acompanham seus programas em telas que não a do televisor.

A Globo desenvolveu a Globo.tv, voltada para iOS, com conteúdo também dos canais da Globosat. Dá para assistir de “Casa brasileira” a “Larica total”, ou seja, possui um arquivo também. A MTV nem se fala, é um espetáculo nessa área.

Ao mesmo tempo, Comcast e Twitter acabam de anunciar uma parceria sem precedentes. O projeto que será lançado em novembro é amplo e incluirá um recurso novo que permitirá ao telespectador gravar e assistir àprogramação da NBC Universal — a maior operadora de cabo dos EUA — diretamente no Twitter. Bastará apertar o botão “see it”.

São várias as portas que estão se abrindo. Mas todas elas chegam no mesmo lugar: a produção da televisão.

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