Para elevar o orçamento, é preciso conquistar a audiência, diz roteirista do "CSI"



Publicado originalmente no site: http://www.telaviva.com.br

Quarta-feira, 13 de novembro de 2013, 15h17

Fernando Lauterjung



Como criar séries de TV por assinatura no Brasil que possam brigar por audiência com as séries americanas de orçamento hollywoodiano? “Se você tiver alguns personagens com os quais a audiência tenha empatia e uma boa história, a audiência virá e o dinheiro também”, diz Elizabeth Divine, roteirista da franquia “CSI” (“CSI”, “CSI Miami” e “CSI New York”), que está no Brasil, onde ministrou uma masterclass no seminário NetLabTV. Investigadora criminal, Liz Devine, que deu entrevista a este noticiário nesta quarta, 13, começou sua participação na série como consultora técnica, logo depois como roteirista e tornou-se coprodutora executiva, o que lhe rendeu indicações no Writer’s Guild e Emmy Awards.

Para a roteirista, toda série deve prever os primeiros episódios com orçamento restrito, podendo evoluir nos custos conforme ganha relevância. Além disso, o roteirista deve trabalhar sempre com cenas “produzíveis”. “Às vezes uma perseguição dentro de um trem em movimento pode parecer interessante, mas, dentro do orçamento de produção e reproduzindo o trem em estúdio, a cena provavelmente terá pouca qualidade. Se é possível fazer a perseguição em um parque de forma mais verossímil, faça”, aconselha. “No ‘CSI’ você nunca vai ver um diálogo em um carro em movimento, porque isto custa caro. Geralmente dá para esperar o carro estacionar ou parar em um semáforo, o que reduz muito o custo de produção”, completa.

Spin off

Sobre o spin off de series de sucesso, Liz Devine explica que deve ser feito um esforço para que não seja a mesma série, feita duas vezes. “’CSI’ foi um grande sucesso desde o início, o que nos pegou de surpresa. O presidente da CBS pediu que criássemos outra série, mas que não fosse mesma. A ‘CSI Miami’ tinha uma ambientação muito diferente da ‘CSI’ (a original). É claro que ambas são sobre crimes, mas em momento algum têm o mesmo ‘feel’”, explica.

Ela não acredita que haja espaço para outro spin off da série. “Se for para fazer, não pode ser de uma cidade dos Estados Unidos. Talvez possa existir uma ‘CSI São Paulo””, brinca a roteirista e produtora.

Conselho

Para a nova geração de roteiristas, profissional recomenda que “vivam a vida” e passem menos tempo em frente ao computador. “É preciso falar com pessoas diferentes, entender seus pontos de vista, e visitar lugares que te tirem da sua zona de conforto”, diz a roteirista.

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