Relatório mostra que TV concentra faturamento de meios de comunicação



Parecer aponta ainda que o governo federal hoje estimula essa concentração de faturamento em poucos veículos de mídia, ao distribuir as verbas oficiais de publicidade.

Publicado originalmente no site: http://www.set.org.br/noticiasg.asp?id=982

Sexta-feira, 01 de novembro de 2013, 00h00

Agência Câmara de Notícias



O relatório da Subcomissão Especial da Câmara dos Deputados sobre Mídia Alternativa aponta que a televisão concentra 64,8% do faturamento total dos meios de comunicação brasileiro, incluindo emissoras de rádio e de TV, jornais, revistas, mídia exterior, TV por assinatura, internet, guias e listas e cinema.

Em 2012, o faturamento total desses meios foi de R$ 16,6 bilhões, sendo que a TV se apoderou de mais de R$ 10,8 bilhões. “Esse bolo foi majoritariamente distribuído entre as quatro maiores empresas do setor: Globo, Record, SBT e Band”, informou a relatora da subcomissão, deputada Luciana Santos (PCdoB-PE). “Mas, mesmo entre essas oligopolistas, a distribuição é desigual, já que a Rede Globo, sozinha, abocanha algo próximo a 70% das verbas destinadas à televisão”, complementou.

Verbas oficiais

A deputada também afirmou que o governo federal hoje estimula essa concentração de faturamento em poucos veículos de mídia, ao distribuir as verbas oficiais de publicidade. “Segundo dados divulgados pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República [Secom] em abril deste ano, a televisão recebeu aproximadamente 62% das verbas federais de publicidade”, apontou. “E a Rede Globo, mais uma vez, é a principal beneficiada. No ano de 2012, a empresa recebeu 43% do total de verbas destinadas à televisão”, complementou.

Luciana Santos acrescenta ainda que há concentração regional, com a maior parte do faturamento dos meios de comunicação se concentrando em poucas cidades. “Segundo dados do Projeto Inter-Meios, 26,8% do faturamento bruto das empresas de mídia vem de empreendimentos localizados na Grande São Paulo; outros 12,6% são originados por empresas situadas no estado do Rio de Janeiro”, disse.

Para apresentar as propostas sugeridas em seu relatório, a deputada se inspirou em projetos aprovados na 1ª Conferência Nacional de Comunicação, realizada em 2009; em propostas de movimentos sociais que lutam pela democratização das comunicações; e de propostas já em tramitação na Câmara.

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