TVs conectadas são populares, mas set-tops ainda têm vantagens, dizem especialistas



Publicado originalmente no site: http://www.telaviva.com.br

Quinta-feira, 09 de janeiro de 2014, 0h30

Samuel Possebon




Na discussão sobre o impacto que as TVs conectadas terão no universo dos set-tops (não apenas os decodificadores de TV por assinatura, mas de todas as caixas conectadas que existem, como Apple TV, Roku etc.) as divergências sobre quem vai tomar o mercado de quem ainda são acaloradas, a despeito da popularização das TVs conectadas.

Para Ian Greenblatt, VP de planejamento e desenvolvimento da Arris, o que está acontecendo com os set-tops de TV por assinatura é muito parecido com o que aconteceu com os celulares com a chegada do iPhone. "Há seis anos, os celulares eram rádios de duas vias, e hoje são o que são. Nos set-tops, também saímos de um patamar de caixas de decodificar e sintonizar para a realidade de hubs digitais, com DVR, Wi-Fi, serviços online. Não vejo o fim desse tipo de dispositivo", diz ele. A Arris é uma das maiores fabricantes de decoders do mundo, e obviamente defende esse mercado.

Steve McKay, CEO da Encore (empresa que faz a integração de conteúdos e aplicações OTT), é ainda mais radical. Ele diz que a ideia de uma TV conectada é, por si só, "estúpida" e economicamente ineficiente. "TVs são dispositivos de margem muito pequena. Adicionar features nas TVs é caro e esse modelo não se sustenta no tempo, considerando que as pessoas podem ter o mesmo tipo de aplicações conectadas em outras caixas e dispositivos muito mais baratos, como Apple TV, o Chromecast o streaming diretamente do celular", diz. Ele também lembra que as TVs são dispositivos que ficam muitos anos na casa das pessoas sem atualização, e mesmo que se faça atualização por software, em alguns anos não haverá mais capacidade de realizar determinadas tarefas.

Para Doug Craig, VP de programação do Roku, a diferenciação das caixas conectadas se dará pela diferenciação de conteúdos e pela relação com os parceiros. "Estamos planejando ter conteúdos originais; não uma série, mas transmitir shows, documentários específicos ou preview de filmes antes de outras janelas. Não vamos fazer séries como Netflix ou Amazon."

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