Sem público e conteúdo, TV 3D perde transmissão do Carnaval



Publicado originalmente no site: http://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/tecnologia

Terça-feira, 04 de março de 2014, 09h01

Eduardo Bonjoch




Falta de conteúdo aliada ao desconforto dos óculos ajudam a explicar por que a possibilidade de ver imagens em 3D no televisor da sala fracassou. Sem o interesse do público, manter as transmissões de grandes eventos em terceira dimensão passou a se tornar inviável. O investimento é alto e a demanda cada vez menor. Por isso, a exibição do Carnaval carioca em 3D, tradicionalmente anunciada pela Net em anos anteriores, foi cancelada em 2014.

Na breve história do 3D no Brasil, nada foi mais marcante que a transmissão do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. Uma parceria entre a Net e a Globo permitiu a exibição do evento por três anos consecutivos, de 2010 (ainda de forma totalmente experimental com TVs importadas espalhadas por pontos estratégicos do Rio de Janeiro) a 2012 (já com os assinantes de pacotes HD podendo ver tudo gratuitamente, desde que tivesse um televisor compatível e colocasse seus óculos).

A partir de 2013, a oferta de eventos em 3D começou a diminuir, seguindo o desinteresse mundial pela tecnologia. Nos Estados Unidos, por exemplo, a ESPN decidiu tirar do ar, no mesmo período, seu canal de esportes em terceira dimensão, alegando falta de assinantes.

Por aqui, nada de Carnaval ou finais de competições esportivas, como há três anos. Hoje, o 3D está restrito à locação de filmes (a maioria infantis), oferecidos através de serviços de video on demand. No serviço Now, da Net, as últimas estreias em terceira dimensão foram Meu Malvado Favorito e Gravidade, lançado na semana passada.

Arrependimento

Uma pesquisa online realizada em janeiro por um site de vendas inglês apontou que oito entre dez consumidores de TVs 3D se arrependeram da compra. Mais da metade dos 1.172 participantes declararam insatisfação com a escassez de conteúdo (filmes e canais de TV) e a necessidade de adquirir acessórios adicionais para aproveitar o recurso.

Quase um terço ainda se queixou de náuseas, dores de cabeça e tontura enquanto assistia ao conteúdo em 3D. Cerca de 25% dos usuários reclamaram também do desconforto gerado pela obrigatoriedade do uso de óculos especiais.

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