Com antena interna, usuário às vezes terá que escolher entre ver TV ou usar o celular, reconhece Anatel.


Depois de atribuir a má recepção apenas à TV digital, agência finalmente admite dificuldade de mitigar interferência entre celular e TV com antena interna amplificada.


Segunda-feira, 19 de maio de 2014, 00h00


Lúcia Berbert 



Em algumas situações, o usuário de banda larga móvel 4G mas que usa antena interne com buster (amplificada) terá que optar por um serviço ou outro. A afirmação é do técnico da Anatel, Agostinho Linhares, um dos coordenadores dos testes de campo sobre a convivência dos dois serviços. Ele reconhece a dificuldade de segunda tela nessas situações na audiência pública sobre o leilão de 700 MHz, realizada nesta segunda-feira (19), em Brasília.

Até então, a agência afirmava que a cobertura da TV digital só funciona plenamente com antena externa independemente da implantação da LTE e, portanto, era problema só dos radiodifusores. Depois de várias manifestações de que o uso de antena interna amplificada tem a preferência nacional e que o sistema de TV digital japonês foi escolhido porque é mais robusto e permite esse tipo de recepção, o discurso da agência mudou.

Linhares disse que a mitigação nesses casos é difícil. Essa afirmação reforça a preocupação dos radiodifusores, que vêm sustentando que a mitigação das interferências não será tão simples como apregoa a Anatel. Nem será tão simples a logística para distribuição e instalação, mesmo dos filtros mais simples, como afirmou a representante da SET (Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão). Nesse caso, a Anatel afirma que espera contar com contribuições para que facilitar essa logística.

Viés arrecadatório

Para fabricantes, a falta de definições sobre custos impacta na avaliação das operadoras sobre a participação no leilão. Representantes da Qualcomm e Ericsson reclamaram disso e do viés arrecadatório do leilão.

O superintendente de Planejamento e Regulamentação da agência, José Alexandre Bicalho, disse que o preço mínimo está sendo calculado com base em metodologias conhecidas e que terá o aval do Tribunal de Contas da União (TCU). Ele informou que já nesse semana serão iniciados os debates sobre o tema no tribunal.

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