Universidade Federal Fluminense
Cinema e Audiovisual
Tv e Vídeo
Professor: Felipe Muanis
Grupo: Alexandre, João Victor, Jaqueline
MOCKUMENTARY
O que são?
Os
‘Mocks’ ou pseudo documentários são tipos de filmes ou seriados que utilizam
toda a linguagem do documentário para criar um acontecimento que muita das
vezes deixa o espectador na dúvida com relação à veracidade do que está sendo
mostrado.
Os mockumentaries não são obrigatoriamente irônicos,
debochados, satíricos ou paródicos. Podem ser absolutamente cínicos e
melancólicos – por vezes combinam-se muito bem ao thriller e ao cinema de horror.
Na década de 80,o filme Holocausto Canibal (1980) que conta a história de quatro
documentaristas de tribos que embrenham-se na selva para filmar indígenas e
desaparecem durante as pesquisas, chegou a ser proibido em países como a Itália
pelas cenas de violência sexual e mortes. O diretor, Ruggero Deoddato, chegou a
ser preso e só foi libertado quando provou que todos os atores do filme estavam
vivos.
Precursor
Orson
Welles é considerado o grande precursor deste gênero. A célebre transmissão
radiofônica da obra Guerra dos Mundos, de Hebert George Wells, em 1938,
provocou pânico nos ouvintes, que acreditaram no ataque de alienígenas. Welles
dramatizou a história em tom jornalístico o que causou verdade ao que estava
sendo transmitido. No dia seguinte, todos queriam saber quem era o locutor que pregou
uma piada tão boa no público.
Welles
levou o ‘mock’ para as telonas também. Um dos filmes de maior expressão do cineasta
que ressalta o gênero é Verdades
e Mentiras (1976). O pseudodocumentário
trata de falsificadores de quadros e questiona também todas as noções de
manipulação artística.
Público alvo
e canais de transmissão
No
que se refere à existência de mockmentaries na televisão, esse tipo de programa
também se tornaram um grande filão de exploração na programação em diversos
países. Entretanto, o seu conteúdo nesse meio de comunicação ainda não é tão
diversificado e bem explorado em todas as suas possibilidades, como no cinema.
De fato, como já visto no presente trabalho, os mockmentaries estão fortemente
presentes em diversos gêneros no cinema, desde o terror, o musical e as
comédias, enquanto que os mocks televisivos basicamente estão centrados em
comedias de costumes, os sitcoms.
Essa
constatação foi baseada em uma pesquisa baseada na internet dos diversos
programas de mockmentaries existentes, em diversos países tais como Estados
Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália e outros. Uma possível classificação
desses grupos, dentre o universo desse tipo de programa pode ser visualizado na
tabela abaixo.
Como
dito antes, observa-se uma grande quantidade de sitcoms, sendo esses com
formato bastante semelhante, tais como a proposta da de entretenimento, a
duração dos episódios e o publico alvo ao qual está direcionado e relativo
baixo custo de realização já que a maioria das locações utilizadas são internas
com pouco número de cenários utilizados; fato esse que lhes outorgam um horário
de exibição bem similar nas grades de programação pelo mundo.
Por
fim, destaca-se que, apesar de existir uma predominância de mockmentaries com o
perfil de sitcoms, há novidades interessantes como as comedias de “humor
negro”, cujos exemplos bem sucedidos foram as séries The Game e Twenty Twelve.
Ambas as séries centralizavam os seus argumentos na crítica dos processos de
preparação dos Jogos Olímpicos de Sydney e de Londres, respectivamente – temas
bastante relevantes aos nossos dias de hoje – simulando o dia-a-dia da equipe
responsável pela implantação dos Jogos com seus erros, corrupção e outros
problemas. Destaca-se ainda a forte presença desse tipo de programa voltado
para os adolescentes, o que demonstra a existência de uma forte gama de
possibilidades de mocks presentes na programação para diferentes faixas de
público e com a possibilidade de novas perspectivas a serem exploradas.
Alguns exemplos de mockumentary:
THE OFFICE
Criada por Rick Gervais
para a televisão britânica BBC, The Office foi adaptada pelo produtor Gregg
Daniels para a TV americana.
The Office é um pseudodocumentário. A
motivação principal por trás do programa é que uma equipe de filmagem decidiu
registrar o cotidiano da empresa Dunder Mifflin e seus funcionários. A presença
da câmera é reconhecida por todos os personagens, especialmente Michael Scott,
que participa com entusiasmo das filmagens. Outros, como Jan Levenson,
mostram-se frequentemente incomodados ou inconfortáveis com sua presença. As
histórias do programa são intercaladas por entrevistas
"confessionais" realizadas individualmente, onde os personagens
conversam com a equipe sobre os eventos mostrados. Ocasionalmente duas pessoas
dividem uma entrevista, conversando um com o outro e com a câmera ao mesmo
tempo. Isto ocorre principalmente entre Jim e Pam, e ocasionalmente entre Oscar
e Kevin ou Kelly e Ryan e Jim e Dwight. Dwight frequentemente interrompe as
entrevistas de Michael, pois permanece perto dele sempre que a filmagem começa.
Em outras ocasiões, personagens utilizam-se da presença da câmera em proveito
próprio, enquanto em outras ela aparentemente afeta o enredo, interrompendo
conversas privadas ou providenciando ajuda quando necessário.
Curb Your
Enthusiasm
A série se passa em Santa Mônica, Califórnia, e é baseada
de maneira pouco fiel na própria vida de Larry David, como um multimilionário recém-aposentado no mundo pós-Seinfeld. Foi descrita como uma visão mais subversiva do célebre tema que definia
aquele sucesso, "um programa sobre nada".
Filmado em cenários naturais,
com câmeras portáteis, Curb
Your Enthusiasm foi
produzido de maneira pouco convencional, desprezando os roteiros tradicionais em troca de meras
indicações das cenas, sobre as quais os atores improvisam os diálogos (prática
conhecida como retroscripting). A série desenvolve
tramas paralelas e diversas piadas em torno da interação de Larry com sua
esposa Cheryl David (interpretada por Cheryl
Hines), seu empresário Jeff Greene (interpretado por Jeff Garlin e sua esposa desbocada e falastrona,
Susie, interpretada por Susie
Essman).
Embora diversas situações
tenham sido retiradas de suas próprias experiências, Larry David desacreditou a
noção de que ele seria o personagem retratado na tela; numa entrevista com o jornalista Bob Costas, da rede americana NBC, declarou que o 'Larry David' do
programa era aquele que ele não podia ser na vida real, devido à sua
sensibilidade com os outros e às convenções sociais.
Para a quinta temporada a HBO pediu
a Larry David que os episódios tivessem menos de trinta minutos. Ao receber os
primeiros episódios, Chris
Albrecht, CEO da emissora, descobriu que Larry tinha
feito os episódios com 29 minutos e 59 segundos.
A TOCA
A toca é uma websérie do canal
Netflix Brasil. Uma comédia feita no formato de falso documentário, é escrita e
produzida pelo humorista Felipe Neto, famoso por seus vídeos virais na internet.
A toca não é uma produção
original do Netflix Brasil. Ela é produzida pela produtora Parafernalha, embora
seja financiada pela Netflix002
A série foi inspirada na
célebre sitcom americana The Office. No formato de um mockumentary, A toca
narra o dia-a-dia de uma produtora de vídeos, alternando entre as produções de
esquetes para internet da mesma, e coisas recorrentes que acontecem no ambiente
de trabalho da Parafernalha. A série foi inspirada no quadro já existente do
canal da produtora no youtube.
Embora tenha sido a primeira
produção brasileira da Netflix, A toca não foi muito bem vista pela crítica,
que apontou diversos problemas de linguagem televisiva e fugas ao formato.
BIBLIOGRAFIA
Suppia, Alfredo Quando a realidade parece ficção, é hora de
fazer mockumentary (http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252013000100024&script=sci_arttext)
A análise do discurso na realidade ficcional dos mockumentaries (http://www.usp.br/cje/jorwiki/exibir.php?id_texto=61)
1938: Pânico após transmissão de "Guerra dos mundos" (http://www.dw.de/1938-p%C3%A2nico-ap%C3%B3s-transmiss%C3%A3o-de-guerra-dos-mundos/a-956037-1)
A Toca: http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Toca_(s%C3%A9rie)
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