Após sete temporadas, ‘True blood’ chega ao fim


Último episódio da série que levou vampiros, fadas e metamorfos à TV vai ao ar neste domingo

Publicado originalmente no site: http://oglobo.globo.com/cultura/revista-da-tv

Sábado, 23 de agosto de 2014, 06h00

Michele Miranda



Quando o roteirista Alan Ball escreveu “True Blood” e a propôs à HBO, duas histórias de sucesso destacavam-se em seu currículo: a série “A sete palmos” (2001-2005) e o filme “Beleza americana” (1999). Pois “True blood”, que estreou em 2008, chega ao fim neste domingo, após sete temporadas, um Globo de Ouro, um Emmy e o feito de ter invadido a TV com vampiros, fadas, bruxas, lobos, metamorfos e outras criaturas.


A convivência quase nunca deu certo, e coube à heroína Sookie Stackhouse (Anna Paquin) — envolvida em uma maratona amorosa com grande parte do elenco masculino da pequena cidade de Bon Temps, mas dividida mesmo entre os vampiros-galãs Bill Compton (Stephen Moyer) e Eric Northman (Alexander Skarsgård) — tentar sanar guerras e problemas políticos, acompanhada de seu fiel escudeiro e irmão, Jason (Ryan Kwanten).

— Como “A sete palmos” e “Família Soprano”, “True blood” vai ser lembrada como parte da era de ouro da TV — diz Denis O’Hare, que deu vida ao vampiro mais poderoso da série, Russell Edgington, morto na quinta temporada. — Hoje, a TV é encarada como inovadora, e todos estão interessados em séries. Halle Berry e Matthew McConaughey são alguns grandes nomes que migraram do cinema para a TV. “True Blood” me deu uma visibilidade que eu nunca havia tido.

CARREIRAS EM ALTA

Não foi só a carreira do vilão que decolou com a série, responsável por dar a O’Hare um papel em “Clube de Compras Dallas”. Antes de protagonizar “True blood”, Anna Paquin havia se destacado apenas na infância, como a menina de “O piano”, de Jane Campion, que lhe valeu um Oscar de atriz coadjuvante, em 1994. Seu marido e colega de cena, Stephen Moyer, tinha apenas pequenas participações em séries e curtas. Já Skarsgård saiu da Suécia para conquistar Hollywood: desde a série, ele já participou de filmes de Lars von Trier e foi convidado a protagonizar “Tarzan”, que deve chegar aos cinemas em 2016. Mas o que houve de especial em “True blood”?

— O roteiro, banhado em sexo e sangue, é muito inteligente e original — opina o brasileiro André Vianco, que já vendeu quase um milhão de livros sobre vampiros, incluindo a trilogia “O turno da noite” (Novo Século). — A série faz uma metáfora da segregação racial usando a fantasia, além de ser um terror divertido.

Resta saber se o desfecho (Bill vai mesmo morrer? O que acontecerá com Sookie?) vai agradar aos fãs, que seguem fiéis após sete anos e muitos altos e baixos.

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