Seminário V: Programa Bate Bola (ESPN Brasil)



Universidade Federal Fluminense
Instituto de Artes e Comunicação Social
Cinema e Audiovisual
Professor: Felipe Muanis
Alunos: João Paulo, Lucas Reis e Daniela Trujillo





A mesa redonda faz parte da história da televisão brasileira e foi adquirindo novas adaptações com as exigências do seu contexto social e tecnológico. Novas narrativas vão sendo abordadas e apropriações de elementos que não mais enrijecem este tipo de programa são incorporadas. Um exemplo deste modelo é a introdução do humor e de quadros que não faziam parte de um programa que antes era apenas caracterizado pelo debate.

O grupo, em seminário se focou em esboçar, alguns programas que foram alternando sua narrativa conforme as exigências que surgiram. São eles: Grande Resenha Facit, Mesa Redonda Tv Gazeta, Cartão Verde, Rock Bola, Arena Sportv, Central Fox e o programa trabalhado, Bate Bola. Este compõe boa parte da grade diária da Espn Brasil, que, sob uma nova gestão, vem inserindo cada vez mais a cultura futebolística na narrativa do canal.

Diariamente costumam ocorrer quatro programas com composições distintas, mas com tema semelhantes. Geralmente um apresentador que fica em pé (os narradores dos eventos esportivos em transmissão ao vivo) e dois ou mais comentaristas (os que comentam os eventos esportivos em transmissão ao vivo) que analisam os jogadores, as equipes, as torcidas, os problemas estruturais e políticos que cerceiam uma das culturas mais enaltecidas pela população brasileira.

Desde a Gestão de José Trajano, o canal foi se destacando dentro da TV aberta por condicionar uma postura mais despojada de se fazer jornalismo esportivo. Se tornou habitual, principalmente nos programas de análises de futebol o uso de linguagens coloquiais, pouca preocupação com gestos ou expressões até então não naturalizadas nas TVs deste segmento. Essa forma de se comunicar foi tão impactante que canais esportivos com grades similares a da Espn se viram, gradativamente, alterando sua postura de comunicação.

O Bate Bola, hoje carro chefe da empresa, é um programa que evidencia essa característica do canal. Os jornalistas ou participantes que conduzem o programa parecem não sofrer interferência externa sobre suas colocações, estando sempre a vontade para realizar suas intervenções. O expectador, que é contagiado pela linguagem

do canal, parece assistir a uma conversa de mesa de bar com singelas indicações que não desmerecem o profissionalismo dos integrantes.

Salientando, é impactante os assuntos que cerceiam o futebol, ignorados por emissoras concorrentes e que não passam desapercebidos pelos integrantes do programa. Ou seja, temas como gestão da CBF; organização política de jogadores; estádios superfaturados, remoções pró-copa e olimpíadas; violência policial nos estádios e fora deles; manifestações populares, etc. também ganham espaço de calorosas discussões dentro do Bate Bola.

Com o fim da gestão Trajano a postura dos jornalistas permaneceu a mesma. A grande alteração no cotidiano do canal foi a já citada reformulação da grade. Programas antes de grande destaque na emissora e não tão valorizados pelo espectador brasileiro, perderam lugar para uma grade mais voltada para a comercialização do produto futebol. Aqui o Bate Bola se fez enquanto produto que busca um público alvo específico nos horários que entra no ar. São eles: segunda a sexta: 10h, 13h, 19h e 21h / Sábado: 20h30 / Domingo: 15h 18h e 20h30 - horários que são alternados conforme as necessidades do canal.

A equipe que compõe o Programa:

Apresentadores: William Tavares , Bruno Vicari, Marcela Rafael, João Carlos Albuquerque, Dudu Monsanto, Everaldo Marques, Paulo Andrade

Comentaristas: Alê Oliveira, Antero Greco, Arnaldo Ribeiro, Eduardo Tironi, Gian Oddi, Gustavo Hofman, Juan Pablo Sorín, Léo Bertozzi, Lúcio de Castro (RJ), Márcio Guedes, Mauro Cezar Pereira, Paulo Calçade, Paulo Vinícius Coelho, Zé Elias, entre outros



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