Séries pesadas e violentas que agradam o público feminino



Publicada originalmente no site: http://kogut.oglobo.globo.com/noticias-da-tv/critica/noticia/201

Quarta-feira, 05 de novembro de 2014, 07h00

Patricia Kogut





Quando pediu para deixar o elenco de “Criminal minds”, em 2007, o ator Mandy Patinkin justificou dizendo que “o programa era por demais barra-pesada”. Afirmou ainda que ficava surpreso com esse gosto do público por aventuras tão “violentas, misóginas e horríveis”. Tempos depois, no entanto, ele foi visto de novo na televisão em “Homeland”, recitando a reza judaica dos mortos, o Kadish, enquanto caminhava entre corpos enfileirados no chão por causa de um atentado que dizimou meio Pentágono. Vai entender.

A direção do AXN, que exibe “Criminal minds” aqui no Brasil, diz ter feito uma pesquisa que a posiciona entre os seus campeões de audiência. E mais. Garantem que, graças a produções do gênero, policiais e cheias de sangue, o canal conquistou o público feminino. Vai entender de novo.

A mulherada que gosta de uma aventura estrelada por esse grupo de policiais especialistas em comportamento humano — entre as quais me incluo — vai adorar a 10ª temporada. “Criminal minds”, Patinkin tem razão, explora comportamentos muito desviantes, visita a tristeza, vai fundo na degradação. Mesmo há tanto tempo no ar, a criatividade dos roteiristas parece inesgotável. Continua a maldade com crianças e o repertório inesgotável de bandidos que sofreram abusos na infância. Há muitas esquisitices. Por exemplo, o vilão de um dos episódios (já disponível no iTunes), “Itch”, sofre de uma terrível doença que faz com que acredite ter insetos andando sob a pele. Não dá para perder.

PS: Outra sugestão para os fortes é “American horror story: Freak show”, ambientada num circo mambembe. A cada novo episódio, a série fica melhor. Está no FX.

Comentários

  1. Sobre "Criminal Minds" a análise foi sensata; mas essa temporada de "American Horror Story" está péssima, fraquíssima. Uma pena, tendo sido claramente inspirada num filme fabuloso como "Freaks" (1932) de Tod Browning!

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