Seminário VII: Comédias Animadas



Universidade Federal Fluminense
Cinema e Audiovisual
Tv e Vídeo
Professor: Felipe Muanis
Grupo: Alice Name-Bomtempo, Daniel Vellutini e Felipe Souza


COMÉDIAS ANIMADAS PROTAGONIZADAS POR DUPLAS


-Definições

Essa pesquisa foca-se tão somente em animações cujos personagens principais cultivem uma relação de parcerias. Desta forma, excluem-se títulos nos quais os protagonistas performem uma relação antagônica, tais como Tom e Jerry, Papa-Léguas e Coiote, Piu-Piu e Frajola e os demais na mesma linha.

Dessa forma, só serão considerados uma pequena, porém relevante, mostra de programas cujos personagens principais sejam, de forma geral, parceiros, que trabalhem em favor de um bem comum e tenham apresso um por outro, a despeito de suas diferenças.

-Características

Analisando programas que julgamos representantes e pertinentes em relação ao nosso projeto final, notamos uma série de características em comum, que moldam o formato em questão. Os episódios costumam ter 11 minutos de duração (e serem exibidos em pares, totalizando 22 minutos) e a linguagem adotada utiliza bastante a flexibilidade física permitida pela animação, deformação dos corpos dos personagens e transgressões do espaço (ex: Phineas e Ferb construindo uma montanha russa que atravessa a cidade inteira).

Essa linguagem está, inclusive, muito atrelada ao desenvolvimento narrativo dos episódios das séries em questão, que começam em uma situação cotidiana e tranquila, até que o conflito surge (ou é criado pelos próprios protagonistas) e, para resolvê-lo, medidas bizarras e fantásticas são tomadas, até que tudo volta ao normal (e quase sempre ao mesmo espaço) no final. A interação com o meio em que os personagens estão (seja este fixo ou não) também é um fator que move a ação, sendo o melhor exemplo disso Hora da Aventura. Como os episódios não são extremamente lineares, sendo possível assisti-los e deles usufruir sem acompanhar a série regularmente, é comum que as aberturas sejam uma rápida introdução ao conceito da série, com a música tema discorrendo em palavras do que se trata o programa em questão,tal como acontece em Phineas e Ferb e Pinky e Cérebro. É observável também que o quão mais inclusivo, ou seja, o quão melhor o programa consiga dosar entre o humor adulto e infantil, maior será sua probabilidade de sucesso.

Programas:

-Apenas Um Show

Apenas Um Show tem como grande característica ser voltada mais para um público adulto. Ela anda na beira da linha da censura, contendo piadas referentes a álcool, por

exemplo. No entando, essa abordagem é feita de forma cuidadosa para que o programa possa ser exibido para crianças. A sére foi uma das primeiras surgidas através do Cartoonstitute, programa do Cartoon Network que permitia que novos animadores desenvolvessem curtas pilotos de séries sem a influência dos executivos do canal, em busca de frescor, criatividade e inovação. A série também traz traços autorais e pessoais (muitas das histórias são baseadas na experiências vividas pelo próprio criador na faculdade).

-Phineas e Ferb

Um dos maiores sucessos do Disney Channel. A série possui um modelo fechado no enredo que se repetem a cada episódio, que consiste basicamente nos irmãos Phineas e Ferb criando feitos extraordinários apenas para passar o tempo e em sua irmã Candece tentado delatá-los a sua mãe, além da sub-trama de seu ornitorrinco de estimação, que trabalha como agente secreto. Inadvertidametente as duas histórias se cruzam ao fim do episódio. Possui uma musicalidade muito forte, a cada episódio clipes musicas incorporam a narrativa. Seu humor é reconhecido pela repetição recorrente de falas e pelo refinamento das piadas, que atraem também um público adulto. Já gerou o telefilme Phineas e Ferb através da segunda dimensão, e o spin-off Take dois com Phineas e Ferb, um interprograma de entrevistas apresentado por Phineas.

-Hora da Aventura

Possuidor de uma legião forte de fãs (crianças, jovens e adultos), Hora da Aventura brinca com referências pop, personagens com corpos de braços de mangueira e características peculiares (como serem feitos de doce e, logo, terem movimentos e propriedades baseados nisso), e alterna entre um humor físico e verbal, muito pautado no nonsense. Apesar dos episódios serem relativamente independentes, existe um passado obscuro da Terra de Ooo, local onde a história se situa, que é revelado e desenvolvido aos poucos ao longos das temporadas.

-O Incrível Mundo de Gumball

A grande maioria dos episódios da série gira em torno de Gumball Waterson e seu melhor amigo Darwin. O humor gira mais em torno do universo infantil, uma vez que a escola e o bairro onde vivem os protagonistas são cenários recorrentes. No entanto, a abordagem desse humor beira o nonsense o que se reflete na arte da série, que utiliza das mais diversas técnicas para dar vida aos personagens: alguns são desenhos animados, outros modelos tridimensionais, alguns emulam stop-motion e outros são live action.

-Pinky e o Cérebro

Exemplar dos carros-chefe de animação da Warner Brother dos anos 90. Gira sempre em torno da premissa básica de dois ratos de laboratório geneticamente alterados que tentam conquistar o mundo. As suas características-chave eram mickey mousing pontuando as ações e dramaticidade, repetição de bordões, referências à cultura pop, e o embate de personalidades entre o inocente e aloprado Pinky, e seu rabugento e cartesiano amigo, Cérebro.

-Timão e Pumba

Os personagens-título eram o alívio cômico de O Rei Leão. O sucesso da dupla levou a produção da série para TV, que narrava as peripécias dos dois, seja em seu habitat natural, ou visitando algum lugar exótico pelo mundo.

-A Vaca e o Frango

“Mamãe tinha um frango. Mamãe tinha uma vaca. Papai se amarrou, ele nem se importou” era a introdução de abertura desse nonsense de estrondoso sucesso exibido pelo Cartoon Network nos anos 90. Gerou o spin-off Eu Sou o Máximo, ambos são eventualmente reprisado até hoje.

-Produtos conexos

Assim como filmes de animação, as séries têm seus gastos pagos e lucros gerados muito mais pelo licenciamento de produtos do que pelo produto audiovisual original. HQs, videogames, aplicativos, camisas, canecas, fones, meias, cuecas, vestidos e etc geram dinheiro e disseminam o culto aos personagens. Como consequência, as séries podem ser vendidas por preços muito baixos a emissoras internacionais, já que terão um grande retorno desses subprodutos.

-O formato no Brasil

A indústria de animação brasileira está em pleno desenvolvimento atualmente, com grande demanda para TV fechada. No entanto, em relação à quantidade de produções americanas, por exemplo, os números ainda são pequenos. Dessa forma, o subformato comédia de duplas ainda tem poucos representantes nacionais. Vale citar a Série O Quarto do Jobi , na qual o menino Jobi e seu sapo Oscar vivem aventuras sem sair do quarto em pílulas de aproximadamente um minuto feitos pela 2d Lab para a TV Rá-tim-bum.


-Bibliografia

http://tvratimbum.cmais.com.br/quartodojobi

http://www.nytimes.com/2008/02/01/arts/television/01phin.html?_r=3&ref=television&oref=slogin&

http://en.wikipedia.org/wiki/Pinky_and_the_Brain

http://en.wikipedia.org/wiki/Timon_%26_Pumbaa_(TV_series)

http://en.wikipedia.org/wiki/Adventure_time

http://en.wikipedia.org/wiki/Phineas_and_ferb

http://en.wikipedia.org/wiki/Regular_Show

“Indústria Animada” em Filme Cultura edição 60 - NESTERIUK, Sérgio

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