Seminário X: Série Young Adult

Universidade Federal Fluminense
Cinema e Audiovisual
Tv e Vídeo
Professor: Felipe Muanis
Grupo: Marina Pequeno, Bruno Batalha e Leonardo de Luca

Young Adult

Origem e definição:


A origem das series Young Adults tem base literária, nos primeiros livros voltados para jovens.

Na Segunda Guerra Mundial, foi criada uma nova “etapa” na vida do ser humano: a adolescência. "Seventeenth Summer “, de Maureen Daily, foi a primeira publicação para esse publico, trabalhando a temática da descoberta do primeiro amor para as moças leitoras.

A partir daí, com a descoberta desse nicho mercadológico, não se parou mais de produzir tal tipo de conteúdo e vemos agora livros com grande sucesso de vendas como “Crepúsculo”, “Harry Potter” e “Jogos Vorazes” e séries televisivas com o mesmo apelo. No caso dessas, tem-se como protagonistas personagens jovens ( muitas vezes atraentes, para chamar a atenção e mexer com os hormônios em ebulição dos espectadores) que passam por mudanças em suas vidas, sejam elas naturais ou sobrenaturais; não é a toa, o mesmo está a passar com o seu público.

Como exemplos dessas obras televisivas, temos “Dawson’s Creek”, “The O.C.”, “Teen Wolf”, “Buffy, a Caça-Vampiros”, “Smallville”, "Supernatural" e “Veronica Mars”.


Elementos narrativos recorrentes:


Alguns esteriótipos são mais que esperados na maior parte das séries de cunho Young Adult. Mocinhas dóceis e bem comportadas, constantemente assumindo o papel clássico da princesa em perigo salva por um príncipe heróico, costumam conduzir as narrativas - sobretudo as direcionadas ao público feminino. Quanto a mocinhos, estes costumam variar entre o príncipe supracitado, cavalheiro e honrado, ao anti-herói, com um comportamento mais bruto e aparentemente insensível - o "bad boy". Vilões tendem a ser chapados, sendo maus e simplesmente maus. Os coadjuvantes costumam desempenhar alguns papéis esperados também, como o amigo inteligente ou o alívio cômico.

Muito além dos mocinhos, os conteúdos das séries tendem a variar conforme seu público alvo. Há um sexismo claro, uma separação muito bem marcada entre séries para meninos e séries para meninas. O primeiro grupo costuma ter como base a ação, com pouco desenvolvimento romântico e uma narrativa mais pragmática. O segundo costuma ser recheado com romances e intrigas - seja entre amantes, seja entre amigas - em uma narrativa mais dramática. Muito embora, é verdade, algumas séries transcedam seu público-alvo, como "Supernatural", que embora a princípio seja uma série masculina, alcançou uma grande parcela de público feminino.

Em geral têm como tema relacionamentos, sejam eles amorosos, familiares ou entre amigos, mostrando a necessidade de seu público alvo de ver refletido na TV problemáticas inerentes a essa etapa da vida. Outros temas comuns a juventude e fartamente abordados são drogas, violência, sexualidade e escolhas.

Os episódios seguem uma cronologia linear, com um episódio ligado ao anterior e ao posterior. As temporadas também se unem linearmente entre si, havendo perda de acontecimentos importantes, às vezes necessários a compreensão, caso não sejam acompanhadas na ordem correta, desde o início.

Diálogo com o público:


Primeiro, tratando da Classificação Indicativa (CI), que está diretamente relacionada com o próximo tópico, se pensando em como perceber, por exemplo, um programa que atinge uma CI para maiores de idade, mas seu público-alvo é de uma faixa etária menor, como em Teen Wolf (The CW), em que o episódio “Echo House” da terceira temporada exibe deliberadamente em seus primeiros minutos uma cena de suicídio, ainda que seu público (na teoria) não estivesse apto a assisti-la. Vale refletir em como o Produtor pensa nesse momento, quer dizer, esse tipo de perspectiva sobre a série/o programa é despreocupado com as normas classificativas e seus públicos, sabendo que o grupo em questão assistiria ao episódio independente de cenas – por fidelidade –, ou seria uma falta de responsabilidade com o jovem público? Essa é uma discussão que poderia seguir, mas sem respostas certas ou erradas.

Para as séries de ficção Young Adult, é comum que a CI brasileira dependa em parte do canal (meio) de distribuição. A exemplo, Gossip Girl (The CW) na televisão é para um público de 14 anos ou mais, enquanto em sua versão em DVD, isso muda para 16 anos, ou em The O.C. (Fox), em que na televisão é classificada para 12 anos mínimos, e no DVD para 14. O maior argumento para explicar essa mudança está nas adaptações da dublagem contra a legendagem (profanidades) e muitas vezes nos cortes de determinadas cenas que não estariam de acordo com essa CI. Essa diminuição contribui para um aumento do público-alvo na TV e é, portanto, economicamente interessante para o canal distribuidor.

Em seguida, para falar mais especificamente de público-alvo do Young Adult, uma de suas discussões é trazida justamente do gênero literário homônimo. É oficialmente aceito que o Young Adult se refere a um público de 14 a 21 anos, e, dependendo de suas especificações narrativas, para garotos ou garotas. Existe um público extra-oficial que vai até os 29 anos, conhecido vulgarmente como “kiddult” ("kid", criança, mais "adult", adulto), e seriam representados por “adultos com hábitos jovens”. Usando o empirismo como argumento, esse público mais velho e igualmente fiel ao produto seria daquele jovem que cresceu junto às diversas séries e extrapolou o target group específico do Young Adult, isso, é claro, não invalida qualquer outra faixa etária atingida ou mesmo o jovem de interesses variados.

O espaço na grade televisiva para este tipo de série de ficção está, a priori, diretamente relacionado com os dois pontos anteriores, pois por um lado leva-se em consideração que o público-alvo dedica certos horários do seu dia para os estudos, por exemplo.

Em relação ao número de episódios, são usados os padrões estado-unidenses: 13 episódios de aproximadamente 43 minutos cada um (a meia temporada), ou 24 episódios com o mesmo tempo unitário (temporada completa).