Publicado originalmente no site: http://www.telaviva.com.br/19/09/2014/
Setembro de 2014
Leandro Sanfelice
O Cartoon Network estréia na próxima segunda, dia 22, às 20h45, a série “O irmão do Jorel”. A atração, criada por Juliano Enrico e desenvolvida em conjunto com a produtora Copa Estúdios, é a primeira série original de animação do canal produzida na América Latina. A primeira temporada terá 26 episódios, ainda em produção. Os primeiros oito serão exibidos ainda em 2014. "Estamos lançando os primeiros episódios enquanto trabalhamos na produção. Isso é interessante porque vamos entendendo o que funciona e podemos direcionar nossa criação", conta Juliano.
Protagonista da série, Irmão do Jorel é o filho caçula de uma excêntrica família de acumuladores que mora numa casa que parece ter vindo direto dos anos 80. Sem receber muita atenção, o protagonista é conhecido apenas por ter um irmão superpopular, mas ele não se importa com isso. Sem diferenciar fantasia e realidade, ele sempre descobre uma maneira absurda de sair da sombra de seu irmão famoso, mas seu verdadeiro nome ainda é um mistério.
"Além do nome do protagonista, que nunca é revelado, existem outros mistérios no enredo que são desenvolvidos ao longo da temporada. No ponto em que estamos, começamos a explorar mais as histórias dos personagens. No começo eles serão apresentados, depois começaremos a desenvolvê-los. Cada episódio pode ser entendido separadamente, mas existe uma ligação entre eles", conta Juliano.
“Irmão do Jorel” é uma série pensada para representar as famílias brasileiras das décadas dos anos 80 e 90. O cenário traz referências a essas décadas e à vida suburbana da classe média brasileira. A trilha sonora traz músicas do gênero rock'n'roll desenvolvidas por Ruben Feffer, também responsável pela produção musical da série. "Existe uma inspiração na minha própria família, mas são situações que podem acontecer com todas as famílias, é fácil se identificar. Não é uma série autobiográfica", explica o criador de "O Irmão do Jorel".
Segundo Daniela Vieira, diretora de conteúdo do Cartoon Network no Brasil, o canal já tem planos de levar "Irmão do Jorel” para outros países. “Irmão do Jorel é uma série criada e produzida no Brasil, que já nasce com padrão exportação. É certo que levaremos a série para a América Latina muito em breve, no momento estamos trabalhando na dublagem", afirma.
O programa ocupará uma faixa de destaque na programação do canal, indo ao ar às segundas, às 20h45, com reprises às quartas e sextas. "É um horário de destaque na nossa programação, ao lado de produções já consagradas e outras que estão chegando com grande potencial. 'Irmão do Jorel' trará histórias com as quais nosso target, de 7 a 12 anos, se identificará muito. Mas, com as referências aos anos 80 e 90, atrairá também o jovem que lembrará da sua infância", avalia a diretora.
Origem
“O Irmão do Jorel” foi o projeto vencedor do pitching Cartoon Network/Fórum Brasil 2009 (promovido por TELA VIVA). Na ocasião, o projeto recebeu o prêmio de desenvolvimento no valor de US$ 20 mil. Em 2012, também no Fórum Brasil de Televisão, foi exibido o primeiro piloto da série, desenvolvido com a Copa Estúdios.
No pitching, Juliano apresentou ao canal uma bíblia do projeto que, conta, estava desenvolvendo havia cinco anos. "A ideia da série surgiu há uns dez anos, quando encontrei uma caixa com fotos e fitas VHS antigas da minha família. Comecei a desenvolver os personagens inicialmente para uma história em quadrinhos, mas com o tempo percebi que havia potencial para fazer uma série animada", conta.
Acostumado a trabalhar com humor para público adulto em seus projetos, Juliano conta que teve bastante liberdade no desenvolvimento da série. "Até mesmo quando tínhamos alguma limitação era algo libertador, pois nos forçava a ter ideias criativas e absurdas - e o absurdo é o humor universal. Um exemplo é a avó do Irmão do Jorel, que no começo fumava. Substituimos por um pirulito e ficou ainda mais engraçado. Ela é viciada em consumir doces", conta.
"O Juliano pensou nesses personagens por cinco anos antes de chegar a nós. Ele tinha muitas ideias. No limite do possível, deixamos ele 'pirar' e desenvolver suas ideias. Foi uma decisão arriscada do ponto de vista comercial, mas que acabou valendo muito a pena", conclui Daniela.
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